Belo Horizonte é a capital de Minas Gerais, um dos estados mais representativos da nação. Fundada em 1897, foi criada como cidade-símbolo da República Brasileira, tornando-se, em apenas 119 anos, das mais pujantes do país, com cerca de três milhões de habitantes.
Atualmente é conhecida pela arte, educação e cultura, sendo importante centro estudantil, universitário e de serviços, também de gastronomia, esportes, turismo e lazer, além da força de sua indústria, comércio e sistema hospitalar.
Este ano, o Conjunto Moderno da Pampulha, recebeu o título de Patrimônio Cultural da Humanidade, uma consagração , colocando a cidade, definitivamente, diante do mundo. Deve-se a Pampulha ao visionário JK, nela trabalhando Niemeyer, Portinari, Burle Marx e Ceschiatti.
Ao longo do tempo, BH transformou-se em síntese da mineiridade pelo conjunto das gentes de todos os recantos, conectando-se num só povo, firmando-se na grande Capital com sua identidade específica e autônoma.
Por outro lado, possui ainda sua própria beleza física, de suas paisagens, seus prédios de alto valor arquitetônico, de estilos e épocas distintas, com suas praças (como da Liberdade), ruas, lugares e recantos, a Serra do Curral, o Parque Municipal e a própria Pampulha, fazendo da cidade um conjunto encantador, que já foi expresso por ilustres artistas, como Guignard, Inimá de Paula, Aníbal Mattos, Lorenzatto, Yara Tupinambá e tantos outros, que se sensibilizaram com suas cores, plasticidade e encantos, revelando-a, porém, apenas em aspectos isolados, pontuais.
É também o berço do célebre Clube da Esquina, em Santa Tereza, criado por Milton Nascimento, Fernando Brant, Lô Borges, Beto Guedes, Toninho Horta, Márcio Borges, Marilton Borges, Wagner Tiso e Tavinho Moura.
Surgiram também o Skank e o Sepultura.
O Grupo Corpo, o Galpão, o Giramundo e o Uakti.
É conhecida também pela gastronomia de alta categoria, rede de restaurantes e botecos de todos os tipos, além das iguarias típicas do Mercado Central.
É também, hoje em Minas, dos grandes polos de moda do país e o Minas Trend reúne os lançamentos de 200 grifes.
Além de sediar três grandes times de futebol: Atlético Mineiro, Cruzeiro e o América Mineiro. Tem também dois grandes estádios , o Mineirão e o Independência.
Mas, nestes 119 anos de história, façamos um resgate dos locais pioneiros da cidade:
Museu Histórico Abílio Barreto
Construída em 1883, a casa que hoje abriga o Museu Abílio Barreto foi originalmente sede da fazenda Córrego do Leitão, propriedade do fazendeiro José Cândido Lúcio da Silveira. É o único prédio remanescente do arraial de Curral del Rei, antigo lugarejo onde foi construída a capital mineira.
O antigo casarão colonial foi restaurado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e inaugurado como museu em 18 de fevereiro de 1943, na gestão do então prefeito Juscelino Kubitschek. O museu recebeu este nome em homenagem ao historiador Abílio Barreto.
O acervo reúne mais de 7.000 ítens, referentes à origem, formação e desenvolvimento da cidade de Belo Horizonte, entre fotografias, objetos de época, esculturas, etc. Destacam-se pelo valor histórico a Carta de Sesmaria, o mobiliário autêntico da época da mudança da capital de Ouro Preto para BH, as maquetes do antigo arraial de Curral del Rei, a pinacoteca variada, as esculturas de arte sacra, documentos, e ainda troncos e correntes usados na tortura de escravos. Há, também, uma biblioteca que oferece material para pesquisas históricas. O Museu Abílio Barreto é tombado pelo IPHAN.
Catedral da Boa Viagem
No fim do século XVII, quando do nascimento do pequeno povoado de Curral del Rei, entre as poucas casas cobertas de sapé, ergueu-se uma capelinha de pau-a-pique, situada à margem do córrego Acaba Mundo. A construção tinha à sua frente um cruzeiro e ao lado um rancho de tropas. O local foi erguido em homenagem a Nossa Senhora da Boa Viagem, santa de predileção dos viajantes e tropeiros. Com a transferência da capital, de Ouro Preto para Belo Horizonte a antiga capela foi destruída, mas em seu lugar foi erguida em 1932 a atual Catedral de Nossa Senhora da Boa Viagem, oficializada depois pelo Papa Pio XII como a padroeira de Belo Horizonte.
Conjunto Arquitetônico da Praça da Liberdade
Feita para abrigar a sede do poder mineiro, a construção da praça foi iniciada na época da fundação da nova capital (1894-1897). Por isso, os prédios do Palácio do Governo e das primeiras secretarias de estado obedecem a tendência da época– estilo eclético com elementos neoclássicos. Ao longo dos anos, o complexo foi recebendo construções de diferentes estilos sendo o conjunto arquitetônico da praça um retrato vivo da evolução da cidade: o neoclássico (final do séc. XIX) representado pelo palácio do governo e secretarias; o art déco (década de 1940) representado pelos chafarizes; moderno (décadas de 1950 e 1960) estilo encontrado no Edifício Niemeyer e na Biblioteca Pública, ambos projetados por Oscar Niemeyer e pós-moderno (década de1980) representado pelo prédio conhecido como “Rainha da Sucata“, projetado por Eolo Maia, onde hoje funciona o Memorial da Mineração. A Praça da Liberdade é o centro do poder executivo de Minas Gerais e se localiza entre quatro grandes avenidas: Cristóvão Colombo, João Pinheiro, Brasil e Bias Fortes
Praça Rui Barbosa
Mais conhecida como Praça da Estação por se localizar no antigo ramal ferroviário. A linha de trem foi a porta de entrada para toda a matéria-prima utilizada na construção de Belo Horizonte. O primeiro relógio público da cidade foi instalado no alto da torre da estação, cuja praça começou a ser construída em 1904. Com o crescimento e rápido desenvolvimento da capital mineira, logo a antiga estação tornaria-se pequena para atender à demanda crescente da nova cidade. Em 1922, um novo prédio em estilo neoclássico foi erguido. Fazem parte do conjunto da estação a Serraria Souza Pinto, o Viaduto de Santa Tereza e o Museu de Artes e Ofícios.
Colégio Santa Maria
A história do Colégio Santa Maria se confunde com a própria construção da nova capital mineira. Ainda nos idos de 1902, o conselheiro Afonso Pena e demais fundadores procuravam uma instituição católica de ensino de qualidade para ser instalada na recém fundada capital mineira. O local seria destinado à educação de moças, que até então, estudavam no Colégio Sion, na distante Petrópolis. A intermediação do Barão do Rio Branco, Ministro das Relações Exteriores, resultou na vinda das Irmãs Dominicanas, de Sévres, na França. Em julho de 1903 autoridades e famílias da sociedade belorizontina, recebem as fundadoras do primeiro Colégio da nova Capital – o Santa Maria.
A primeira sede foi no palacete Antônio Olinto, na rua da Bahia esquina com Aimorés, onde hoje se ergue a Igreja Nossa Sra. de Lourdes. As alunas pioneiras foram: Maria Eugênia e Ester Drumond, Olga e Lúcia Campista, Carmem e Hilda Pederneiras, Regina e Dorah Afonso Pena, Maria José e Policena Mascarenhas.
Logo a sede da rua da Bahia se tornaria pequena e o Santa Maria passa a funcionar no palacete do Conde de Santa Marinha, perto da Estação Ferroviária. Só em 1909 instala-se em sua sede definitiva, na esquina das ruas Pouso Alegre e Jacuí, no bairro Floresta.
O colégio ampliou suas atividades originando em 1945 a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Santa Maria, que no depois incorporou-se ao conjunto de faculdades que originaram a Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.
Santa Casa de Misericórdia
Com a transferência da capital mineira de Ouro Preto para a tão planejada Belo Horizonte, fazia-se necessária a construção de um hospital para atender a população carente da recém inaugurada capital mineira. Com o apoio do ex-presidente de estado, Afonso Pena, em 21 de maio de 1899, foram abertas as inscrições para sócios-fundadores do hospital filantrópico. Uma comissão formada por médicos e engenheiros propôs e aprovou junto à prefeitura o local mais apropriado à edificação: o quarteirão onde hoje encontra-se o Complexo Hospitalar José Maria Alkmim.
Enquanto não se erguia a sede, em situação de urgência para atender mendigos e doentes surge a idéia do hospital-barraca, que funcionou em lonas improvisadas durante alguns meses. Em 21 de abril de 1900 era oficialmente instituída a Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte. A inauguração do primeiro pavilhão, foi em 1º de janeiro de 1903, e daí, até 1911, seguiram-se outras obras, com as quais se concluiu o projeto original.
Hoje o grupo Santa Casa além do complexo hospitalar, com mais de 1000 leitos para SUS e convênios, oferece os serviços Santa Casa Saúde, Santa Vida- Plano Funerário, Escola de Enfermagem, Maternidade Hilda Brandão, Instituto Geriátrico e Medicina Suplementar.
Drogaria Araújo
Em março de 1906 instalava-se em Belo Horizonte a Pharmacia Mineira, de propriedade de Abelardo Alvim e José Lage Martins da Costa. Já no primeiro anúncio lia-se: “Aviam-se receitas a qualquer hora, com promptidão, exactidão e modicidade”. À época, Modesto Carvalho de Araújo, jovem de apenas 16 anos, trabalhava como balconista e manipulador de drogas. Em 1909 com a mudança do proprietário Abelardo de Faria Alvim para o Rio de Janeiro, a Pharmacia Mineira é então vendida por sete contos e duzentos mil réis ao jovem balconista Modesto Carvalho Araujo. Em 1921, a empresa foi registrada na Junta Comercial como Drogaria Araujo, como é conhecida até hoje. Como Modesto morava nos fundos da farmácia, sempre que alguém precisava de algum medicamento à noite, era só tocar a campainha. Depois veio o plantão noturno e, hoje, várias filiais ficam abertas 24 horas. A Loja Matriz, na Praça Rio Branco, não fecha suas portas há mais de 70 anos. A entrega em domicílio também já funcionava desde os primeiros tempos. Cento e um anos depois, hoje a empresa familiar virou referência nacional no ramo de varejo farmacêutico. Administrada por Modesto Carvalho Araújo Neto, a Araújo tem mais de 70 lojas na Grande Belo Horizonte com mais de 18 mil itens comercializados.
Texto: Blima Bracher
Foto de capa: Carlos Bracher
Fotos antigas: Reprodução
Museu Abílio Barreto
Avenida Afonso Pena
Escadaria do interior do Palácio da Liberdade
Rua da Bahia
Corso de Carnaval
Viaduto de Santa Tereza
Conjunto Arquitetônico da Pampulha, Monumento, Cultural da Humanidade
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