Receitas e Histórias

Cuscuz: incremente a ceia sem carne

O cuscuz é hoje um prato típico da culinária brasileira com versões nordestina e paulista, doces ou salgadas. Mas o original, teria surgido em países como Marrocos, Argélia e Tunísia, no norte da África. Sua existência data da época dos berberes, primeiros povos nômades que habitaram esta região do continente africano. A pesquisadora Lucie Bolens afirma que os berberes já preparavam o cuscuz de 238 a 149 a.C. Feito até hoje de sêmola, farinha granulada resultante de moagem de diversos produtos como arroz, trigo e milho, na maioria das vezes de trigo, o prato leva legumes ou carne, sendo o típico de carneiro com caldo.

Uma das teorias diz que o prato teria sido difundido pelo sul da Europa com a [nvasão moura, no século XIII, inclusive em Portugal e na Espanha. Em Portugal, há registros da receita nos séculos XVI e XVII. Os judeus sefaraditas ( originários de Portugal e Espanha), incorporaram o cuscuz em sua cozinha por conta da influência moura e eles levaram o prato para os locais em que se fixaram, como Itália, norte da África e Oriente Médio. Mas na Sicília, pela proximidade com o norte da África, o prato foi introduzido bem antes ( entre os anos de 827 e 1063). Por conta da forte tradição do prato nesta ilha, existe hoje um festival anual que reúne receitas mais representativas de cuscuz do mundo. O objetivo é mostrar a sua evolução em cada cultura.

Você deve estar se perguntando como a receita chegou ao Brasil. Embora existam várias teorias, e ainda nenhuma comprovação, o mais provável é que tenha vindo de Portugal. No Brasil , que já fazia cuscuz no século XVI, o milho substituiu a sêmola de trigo.

O kuz-kuz, cuscuz ou couscous é originário de Maghreb, região do norte da África. Inicialmente, feito pelos mouros com arroz ou sorgo, o prato se espalhou pelo mundo no século XVI, quando passou a ser preparado com milho americano.

No Brasil, a iguaria foi trazida pelos portugueses e acabou se popularizando durante a fase colonial. Nessa época, estava presente apenas nas mesas das famílias mais pobres e era a base da alimentação dos negros. Confeccionado pelos escravos, o cuscuz era vendido em tabuleiros pelos mestiços, filhos e netos de cuscuzeiras anônimas.

Aos poucos, o prato foi sendo incorporado à nossa cultura e ganhou diversas versões regionais. Hoje, há basicamente dois tipos de cuscuz: do Nordeste e do Sudeste, ambos preparados com massa de milho. No Nordeste, a massa de milho feita com fubá é temperada com sal, cozida no vapor e umedecida com leite. Nessa região, o prato é servido com manteiga ou charque.

Na minha infância o cuscuz era vendido na praia, no Rio de Janeiro por umas baianas vestidas de roupa típica, que carregavam grandes tabuleiros. Elas o preparavam com leite de coco e leite condensado.

Em São Paulo, o prato se transformou em uma receita tradicional. É confeccionado com farinha de milho, palmito, camarão, sardinha e temperos, é muito saboroso e servido como prato principal.

No verão vai bem com peixes, legumes e frutos do mar, elegante, colorido e saboroso. No inverno, acompanha um bom cordeiro ensopado, como apreciam os franceses e os marroquinos, ele se torna um prato muito suculento.

www.tudogostoso.com.br

Cuscuz Marroquino com legumes e ervas

Ingredientes

1 xícara de cuscuz marroquino

1 xícara e meia de caldo de carne caseiro
½ alho poró picado

½ pimentão amarelo em cubos pequenos

½ cenoura em cubos pequenos

½ abobrinha em cubos pequenos (apenas a parte de fora da abobrinha)

Tomatinhos italianos partidos na metade

Tomilho (apenas as folhas)

Alecrim picado (apenas as folhas)

Manjericão (apenas as folhas)

1 colher de chá de manteiga sem sal

Sal e pimenta do reino a gosto

Preparo

Refogue o pimentão na manteiga com o alecrim até que fiquem macios. Acrescente o alho poró e a cenoura e tempere a gosto com sal e pimenta. Quando os legumes estiverem prontos acrescente o cuscuz e mexa por aproximadamente 1 minuto. Coloque o caldo de carne quente, a abobrinha, os tomatinhos, o tomilho e o manjericão e mexa um pouco até secar. Corrija o sal e sirva quente.

Cuscuz Doce

Ingredientes

3 xícaras (chá) de tapioca em grãos

1/2 kg de açúcar

2 vidros de leite de coco

1 pacote de coco ralado (se preferir use 1 coco fresco ralado, fica bem melhor)

1 litro de leite fervido, mas já morno, quase frio

Leite condensado (para usar como cobertura, se quiser)

Preparo

Em uma vasilha ou pirex, despeje a tapioca e reserve.

Misture o leite de coco, o coco ralado e o açúcar ao leite fervido, já morno.

Adicione essa mistura à tapioca no pirex, mexa, cubra com um pano (ou tampa) e deixe descansar, mexendo de vez em quando.

Se a mistura ficar muito dura, acrescente mais um pouco de leite.

Se ficar muito mole, acrescente mais algumas colheres de tapioca.

O ideal é que deixe um pouco mole, pois após colocar na geladeira, endurece mais um pouco.

O cuzcuz deve ficar com a consistência de um arroz doce bem cremoso.

Sirva gelado, regado com leite condensado.

Blimabracher
Blima Bracher

Blima Bracher é jornalista, formada pela UFMG e Engenheira Civil. Trabalhou doze anos em TV como repórter e apresentadora na Globo e Band Minas. Foi Editora da Revista Encontro e Encontro Gastrô. Escritora, cineasta e cronista premiada.

Posts Recentes

Festa de Nossa Senhora da Conceição da Lapa registrada como Patrimônio Imaterial

Imagem: Patrick de Araújo Texto: Patrick de Araújo/ Revisão: Victor Stutz Na última quinta-feira, dia…

31 de março de 2025

Documentário sobre o Festival da Terra em Ouro Preto

O documentário explora o papel da juventude na agroecologia e a relevância de fortalecer práticas…

27 de março de 2025

Restauração da capela de Sant’ Ana na Chapada

Imagem: Neno Viana - PMOP Por: Vívian Chagas A primeira etapa das obras de restauração…

26 de março de 2025

Ouro Preto e distritos esperam 60 mil turistas na Semana Santa

Ouro Preto se prepara para receber um dos maiores públicos da história, com uma estimativa…

25 de março de 2025

Lançamento do Documentário do Festival da Terra 2024 destaca Juventude e Agroecologia em Ouro Preto

Na última sexta-feira (22), o Anexo do Museu da Inconfidência, em Ouro Preto, foi palco…

24 de março de 2025

Conheçam a programação da Semana Santa de Ouro Preto: tradição e fé

A mais tradicional Semana Santa de Minas sera um espetáculo arrebatador pelas ruias e templos…

24 de março de 2025

Thank you for trying AMP!

We have no ad to show to you!