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Ela(e) me deu o “vale night”: sair solteiro faz bem pro casal?

Pode reparar: às quintas-feiras os bares e botecos da capital mineira e várias cidades do Brasil se enchem de mesas só de homens ou só mulheres. E antes de achar que o clube da Luluzinha ou do Bolinha tem um único objetivo: a paquera, vá com calma… Saiba que a grande maioria dos “solteiros” na mesa, costuma ter compromisso… e muito sério. Uma eventual tentativa de paquera pode virar “mico”. “Achamos engraçado quando alguém manda torpedo ou fica olhando para nós”, diverte-se a jornalista Valéria M., uma das adeptas da saída semanal para espairecer. (Vamos ocultar os nomes, a pedido dos entrevistados).

Aliás quem olha a mesa de Valéria se espanta: quatro mulheres bonitas, que todas as quintas-feiras se arrumam, e muito bem, para encontrar amigas de infância. “Gostamos de ter nossa independência”, garante a administradora Denise B., casada há anos. A saída “solteira” tem todo o aval e até o incentivo dos maridos: “Quando chegamos em casa eles querem saber das novidades”, entrega a funcionária pública Denise M., também muito bem casada, obrigada. Na mesa a única que não tem compromisso é Tereza P., mas, divorciada, a contadora garante: a noite é exclusiva para botar o papo em dia e rir muito.

Pois, dizem que rir é um santo remédio. Deve ser por isso, que ao invés de horas no divã discutindo a relação, alguns casais garantem: a fórmula mágica para o bom relacionamento está em manter este compromisso semanal com os amigos: bate papo e cerveja no bar. Isso, claro, sem os respectivos maridos, esposas, namorados. “E, apenas se houver consenso”, diz a psicóloga Juliana Nogueira.

E se a receita é médica, os amigos Roberto D., Frederico D., Paulo N., e Vinícius S. seguem a recomendação à risca. Desde os 15 anos de idade, os amigos se reúnem toda semana. Hoje, todos namoram sério, mas na agenda de quinta as namoradas não entram: “É um ritual para manter nossa sanidade mental”, brinca Paulo, que é médico. “Tem assuntos que são só para homens”, justifica o administrador Vinícius. “Conheço amigos que não fazem isso e são infelizes”, entrega o fisioteraputa Roberto.

O isolamento social costuma mesmo ser o motivo da separação de muitos casais: “Tenho amigas que ficaram presas aos namorados e se isolaram de tudo, quando o namoro acabou elas ficaram sozinhas, tristes e sem nenhum traquejo social”, diz a psicóloga Suelen C., que namora há 4 anos, mas todas as quintas-feiras sai com as amigas de infância. “Sair só com o parceiro desgasta demais a relação: conheço casais que namoraram 10 anos e terminaram, porque não aguentaram o sufoco de uma relação centrada apenas nos dois”, entrega a enfermeira Patrícia A., casada, e uma das fiéis amigas dos bate-papos de quinta.

Colegas de faculdade, Telma T. e Amanda T. não dispensam o chopinho juntas desde que se formaram em Direito. “Meu marido também sai com os amigos”, diz Amanda. “Acho fundamental manter a individualidade na relação. Não tem mais essa de grude o tempo todo e monitoramento”, revela Telma, que namora há alguns meses.

A confiança é mesmo fundamental para quem aceita as saídas longe do parceiro. É proibido ficar monitorando, ligando de dois em dois minutos ou chegar de surpresa para conferir se ele (a) está falando a verdade. “Isso á pagar mico, só serve para estressar”, entrega o empresário Carlos B.. Ele e os amigos, também empresários, Sérgio A.e Paulo A. moram em Alagoas, mas a trabalho na capital mineira quiseram conhecer a noite local. “É para desopilar o fígado. Troco pela terapia” diz o brincalhão Sérgio. Já quando perguntamos se as esposas têm a mesma moleza: “Não, elas têm GPS e monitoramento direto”, diverte-se Paulo. Calma feministas, é tudo brincadeira de mesa de bar… As esposas também saem sozinhas, garantem eles.

Dicas para sair com amigos sem criar problemas a dois:

Seja sincero: conte onde vai e nunca minta sobre seu destino

Mantenha sempre o celular ligado e nunca deixe de atendê-lo

Bares e choperias estão liberados, já boates e lugares de azaração são tabus

Evite chegar em casa alcoolizado ou tarde demais

Nunca fale mal dele (a) na frente dos amigos

Tenha sempre dias na semana reservados só para o parceiro, isso mantém o romantismo

Outra regra básica: se você saiu com amigos, atenda sempre o celular, mas se ficou em casa, ligue apenas uma vez. Nada mais chato e inseguro que ligar uma, duas, dez vezes. Nesse caso experimente sair também, afinal, chumbo trocado não dói.

Mas, como toda combinação tem sua regra, os psicólogos avisam: se rolar paquera, que isso sirva apenas para massagear o ego, nada de levar adiante o flerte.

Fotos ilustrativas

Blima Bracher

Blima Bracher é jornalista, formada pela UFMG e Engenheira Civil. Trabalhou doze anos em TV como repórter e apresentadora na Globo e Band Minas. Foi Editora da Revista Encontro e Encontro Gastrô. Escritora, cineasta e cronista premiada.

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