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Fani Bracher: o filme

Exibição será em 11 de junho nas redes sociais do Ateliê  Casa Bracher

Inquieta, a artista plástica mineira Fani Bracher gosta de trabalhar com diferentes processos artísticos ao mesmo tempo. Sua arte múltipla se revela em pinturas a óleo, chitas e estandartes, bordados, santuários e assemblages – colagens com objetos e materiais tridimensionais criados com restos de tubos de tinta, madeiras e garrafas. Essa inquietação é revelada no documentário inédito “A Casa Verde de Todas as Cores”, que o Ateliê Casa Bracher exibe em 11 de junho, no dia do aniversário de 77 anos da artista. A exibição acontece nas redes sociais (Youtube e Instagram) do Ateliê, às 20h. Dirigido pela jornalista Blima Bracher, filha de Fani, o filme apresenta, pela primeira vez, ao público, o novo trabalho da artista: 13 grandes painéis pintados nas paredes na casa da família em Piau, na Zona da Mata mineira. O Ateliê Casa Bracher tem patrocínio do SESI.

Natural de Coronel Pacheco, Fani passou a infância cercada por paisagens rurais. A vivência com a terra marcou muito a artista, mas só mais tarde virou tema de suas pinturas. O início da carreira artística foi com a pintura nos anos 1970, em Ouro Preto, onde reside e trabalha há 50 anos ao lado do companheiro de vida, o pintor Carlos Bracher. Mas Fani sempre teve uma relação forte com Piau, terra de sua mãe, onde a família tem sítio. Em 2019, a artista começou a fazer intervenções artísticas nos móveis e objetos da casa. Um dia, segundo ela, já aos 75 anos, subiu em uma escada e começou a desenhar as paredes que logo foram tomadas por pinturas abstratas e coloridas. O resultado são 13 grandes murais, totalizando 30 metros quadrados de extensão. O documentário acompanhou a realização do último afresco, em maio deste ano.

Antes das pinturas ganharem as paredes da casa, Fani pintou diversos objetos e também usou a técnica de craquelê: mesa, cadeira, baús, bule, espelho, azulejos, geladeira ganharam intervenções. “Gosto muito de interferir no meio em que estou vivendo. Comecei pintando um lugar de tratar passarinhos que era do meu pai, depois fui para o depósito de lenha. Em seguida, vieram as paredes”, conta a artista. Diferentemente de seus quadros a óleo, nos quais os tons de cinza e preto predominam, os painéis ganharam cores fortes e vibrantes. “Depois que comecei a trabalhar com chita, perdi um pouco o pudor das cores. A chita mistura laranja com roxo e dá certo, não tem um filtro”, explica Fani, que pretende estender a pintura para o muro externo da casa.

No documentário inédito “A Casa Verde de Todas as Cores”, o público poderá conferir uma parte da trajetória artística de Fani Bracher. “Foi um grande desafio fazer esse recorte. Acompanho de perto o trabalho da minha mãe há muitos anos, mas, principalmente, em Ouro Preto, no quadrilátero ferrífero”, conta a diretora Blima Bracher. “Acho que ela está fazendo um resgate do período da infância e adolescência na região de Piau, onde ela nasceu e foi criada. É um lugar de muitas fazendas, vegetação e muitos tons de verde. Minha mãe tem uma alma rural e isso fica evidente no documentário”, acredita.

Parte das obras de Fani Bracher pode ser vista no tour virtual do projeto Ateliê Casa Bracher (www.ateliecasabracher.com), no qual, desde dezembro, mais de 150 obras da coleção pessoal do casal de artistas Carlos e Fani Bracher estão disponíveis online. O acervo fica anexo ao casarão onde ambos residem. No segundo andar e no subsolo, localizam-se as obras de Fani Bracher, das quais 85 delas estão no tour virtual. São óleos, objetos, mobiliário, panos, bordados, colchas, desenhos, figurinos de teatro, além de suas fases temáticas: “Paisagens”, “Mineração”, “Flores”, “Ossos”, “Pedras”, “Setas”, e sua série mais recente, “De Pigmentos e Pedras”.

SOBRE FANI BRACHER

Fani Bracher nasceu na Fazenda Experimental em Coronel Pacheco, Minas Gerais. Graduada em jornalismo pela UFJF. Em 1968 casa-se com o artista Carlos Bracher e juntos viajam para a Europa, onde residem por dois anos. Em Portugal, fez cursos de história da arte com os críticos José Augusto França e Mário Gonçalves. Frequentou o atelier do pintor Almada Negreiros. Na cidade do Porto, conheceu a obra de Amadeu de Souza Cardoso. Depois de Portugal, partiu em viagem de estudos pelos Museus da Dinamarca, Suécia, Finlândia, Rússia, Alemanha, Holanda, Bélgica e Inglaterra.

Fixou residência em Paris de agosto de 1969 a dezembro de 1970. Ainda na capital francesa, participou ativamente do “Centro de Artes para estudantes e artistas americanos”. De volta ao Brasil, estabeleceu-se em Ouro Preto, onde começa a pintar em 1973. A partir desta data, participou de várias exposições em museus, centros culturais e galerias de arte no Brasil e no Japão. Realizou 30 exposições individuais em cidades brasileiras e também no Uruguai, Argentina, Peru, Colômbia, Guiana Francesa, Jamaica e França. Sobre sua obra escreveram vários críticos, como Celma Alvim, Rubem Braga, Wilson Coutinho, Roberto Pontual, George Racs, Ferreira Gullar, Flávio de Aquino, Walmir Ayala, Walter Sebastião, Marcelo Castilho Avellar, Frederico Moraes e Ângelo Oswaldo de Araújo Santos.

Ganhou 14 prêmios de pintura e tem seus trabalhos incluídos em 34 livros de arte. O livro “Fani Bracher”, de Frederico e Ronald Polito (editora Salamandra Consultoria e Editora SA) obteve o Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro (CBL) e o V Prêmio Fernando Pini de Excelência Gráfica, como “Melhor Livro de Arte”. Tem ainda publicado o livro “Fani Bracher”, (C/Arte Editora), de autoria de José Alberto Pinho Neves.

FICHA TÉCNICA ATELIÊ CASA BRACHER

Artistas: Carlos Bracher e Fani Bracher

Coordenação Geral: Larissa Bracher | Sergio Saboya | Silvio Batistela

Coordenação ACB, pesquisa, arquivo, acervo, curadoria, filmes, produção executiva de eventos e textos do site: Blima Bracher

Assessoria de Imprensa: Paula Catunda | Fernanda Lacombe

Tour Virtual Hipermídia: Ricardo Macedo e Cristiane Macedo

Coordenação site e tour virtual: Carlos Chapéu

Sound designer e trilha sonora: Marcello H.

Tradução: Aline Casagrande (inglês e espanhol) | Roberta Arantes (inglês)

Social media: THD Digital

Coordenação financeira e administrativa: Letícia Nápole

Contabilidade: Contabilidade Teixeira e Carvalho CTC

Anúncios publicitários: Nea Palma Comunicações

Teasers dos eventos: André SuttonFotos: Acervo pessoal, Blima Bracher, Edmar Luciano, Ricardo Correia de Araujo, Larissa Bracher, Rômulo Fialdini, Miguel Aun, Pollyanna Assis, Pirex, Dimas Guedes, Zélia Gattai, Eduardo Tropia, Sérgio Pereira Silva, Sérgio Bara

Fani coma mãe Marina e o irmão Vasquinho. Painéis e instalações da artista em Piau-MG
ÁRVORE BUDISTA
@blimabracher
Blima Bracher

Blima Bracher é jornalista, formada pela UFMG e Engenheira Civil. Trabalhou doze anos em TV como repórter e apresentadora na Globo e Band Minas. Foi Editora da Revista Encontro e Encontro Gastrô. Escritora, cineasta e cronista premiada.

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