A Prefeitura se reuniu com as representantes do Instituto Estadual de Florestas (IEF), Maria Amélia de Coni e Cecilia Vilhena, na última sexta-feira, 11 de março, a fim de levar pleitos da cidade, considerando vantagens para a população de Ouro Preto e Mariana em uma provável concessão do parque para a iniciativa privada.
No encontro, a atual gestão apresentou a preocupação do executivo municipal com relação a provável concessão, que é uma iniciativa exclusiva do Governo do Estado de Minas Gerais. Entre os pedidos estão: a não utilização da Casa Bandeirista como restaurante; gratuidade na entrada do parque para os moradores de Ouro Preto e Mariana mediante inscrição no CAD único e acesso livre para os estudantes das escolas municipais nas visitas; política anual de eventos gratuitos abertos à comunidade; taxas diferenciadas para moradores e estudantes, além de tarifas para turistas que estejam dentro da realidade econômica do país. Foi acordado também uma devolutiva da consulta pública através de reunião presencial em Ouro Preto.
Outro ponto da visita foi a ida da comitiva ao Jardim Botânico de Ouro Preto, onde a equipe da Secretaria de Meio Ambiente apresentou estudos existentes solicitando ao Estado a retomada de discussões para que se tenha a regulamentação de uma Unidade de Conservação Estadual na área que proteja a Serra do Veloso, importante área de recarga hídrica da cidade, além de ser um marco da paisagem ambiental e de marcos arqueológicos da época do ouro.
Segundo o secretário de Meio Ambiente, Chiquinho de Assis, “a reunião foi muito proveitosa, consolidando a intenção para um bom caminho e uma boa gestão desse do Paraue do Itacolomy, além de ter sido uma oportunidade de grande valia pra a ida da Diretora do IEF ao Jardim Botânico, um dos principais equipamentos ambientais do Município”.
A consulta pública para o processo de privatização teve início no dia 31 de dezembro do ano passado e fica aberta até hoje, dia 16 de março.
Sobre o parque
O Parque do Itacolomy foi criado em 14 de junho de 1967, pela Lei nº 4.495. Possui uma área de 7.543 hectares, abrangendo os municípios de Ouro Preto e Mariana, e é abrigo do histórico Pico do Itacolomy que na língua Tupi significa “pedra menino”. A formação rochosa era ponto de referência para os antigos viajantes da Estrada Real, como o bandeirante paulista Antônio Dias, que o chamava de “Farol dos Bandeirantes”.
Em suas matas predominam as quaresmeiras e candeias ao longo dos rios e córregos. Nas partes mais elevadas, aparecem os campos de altitude com afloramentos rochosos, onde se destacam as gramíneas e canelas de emas. O parque também é lar de muitas nascentes, escondidas nas matas, que deságuam, em sua maioria, no rio Gualaxo do Sul, afluente do rio Doce. Os mais importantes são os córregos do Manso, dos Prazeres, Domingos e do Benedito, o rio Acima e o Ribeirão Belchior.
Texto: Túlio Dutra
Foto: Ao fundo, as ruínas do Jardim Botânico que datam de 1825. Crédito: Chiquinho de Assis
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