Imagem: Bernardo Marotta
Em parceria com o Instituto Estadual de Florestas, a Prefeitura de Ouro Preto buscou, por meio dos relatos da sociedade ouro-pretana, respostas que evidenciam os desafios enfrentados pela região, destacando os vetores do desmatamento e degradação do município. Esse tema foi debatido nas oficinas participativas do Plano Municipal da Mata Atlântica, encerradas no dia 9 de março, após cinco dias produtivos, com múltiplos diálogos com a comunidade, imersos na preservação e recuperação de um dos principais biomas do Brasil. De acordo com dados do Map Biomas, a Mata Atlântica, em Ouro Preto, abrange uma área de 81.838 hectares, representando 65% do território total do município.
Através do Plano Municipal da Mata Atlântica, foi possível ter como resultado a elaboração de um mapeamento de ações, planos e políticas públicas municipais para a conservação da biodiversidade em cada território de Ouro Preto. A representante do IEF, Janaína Mendonça, afirmou que, com o este Plano, foi possível “reconhecer os remanescentes de florestas e também as áreas que são importantes para o município”.
A moradora do distrito de Antônio Pereira, Pamela Cristina, declarou que compreendeu melhor a importância da mata atlântica da região. “A mata atlântica desempenha um papel crucial para a região e compreender sua importância, por meio dessa oficina, foi fundamental para que eu e outros moradores possamos lutar pela proteção dessa riqueza natural”, disse Pamela.
Além disso, o Diretor de Qualidade Ambiental, Pedro Lisboa, evidenciou que no período de 2013 a 2022, a Mata Atlântica, em Ouro Preto, apresentou uma perda expressiva de 1.350 hectares e foi observado um aumento em sua fragmentação o que resulta, por exemplo, na perda de habitat e diminuição da biodiversidade.
Já a analista ambiental e empresária social, do distrito de Engenheiro Corrêa, Fabiana Braz, ressaltou a preocupação com a fauna da região. Devido ao desmatamento e ao aquecimento global, muitas espécies encontram-se em extinção. Ela concluiu seu depoimento pedindo a preservação dessas áreas remanescentes, enfatizando a necessidade de protegê-las para as futuras gerações. “Gostaria de pedir mesmo a preservação. Temos muitas matas remanescentes, que parecem intocáveis. Faço parte desta região, há 20 anos, e essa área é muito especial. Devemos protegê-la para as nossas futuras gerações”, disse Fabiana Braz.
Seguindo essa mesma lógica, outra meta fundamental do Plano, discutida nas reuniões, foi a identificação de estratégias que visam à proteção das unidades de conservação do município. O secretário de Meio Ambiente, Chiquinho de Assis, destacou a importância das 12 unidades de conservação existentes no Município e sua relevância para a preservação dos recursos naturais e para os serviços ecossistêmicos.
A moradora da Mata dos Palmitos e presidente da Cooperativa dos Agricultores Familiares de Ouro Preto e região (COOPAFOR), Geralda Aparecida, falou da relevância da Mata Atlântica em agregar valores às comunidades locais. “Ela é fundamental para agregar valores em nossas comunidades, para sabermos quem somos e onde estamos”, afirmou Geralda Aparecida.
Com a participação ativa e o envolvimento da população, foi possível traçar, de forma objetiva e simbólica, um Plano Municipal representativo e rico em detalhes de cada espaço contemplado. Isso fortalece o compromisso da Prefeitura com a sustentabilidade, desenvolvimento ambiental e o bem-estar das gerações presentes e futuras.
Texto: Bernardo Marotta / Revisão: Victor Stutz
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