Anna Maria Parsons, um nome da cultura (por Ângelo Oswaldo de Araújo Santos) - Blima Bracher
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Anna Maria Parsons, um nome da cultura (por Ângelo Oswaldo de Araújo Santos)

Anna Maria Noêmia Lopes Parsons faleceu na Casa da Pedreira, sua residência na cidade de Tiradentes, no dia 16 de abril, domingo de Páscoa. Nascida em Belo Horizonte, filha de Ary Lopes e Helena Bizzotto Lopes, fez estudos superiores em São Paulo, viveu largo tempo na Europa e se fixou na histórica cidade mineira, ao lado do marido, o engenheiro inglês John Parsons. O casal ali criou o Solar da Ponte, marco pioneiro do turismo cultural em Minas Gerais, com ampla repercussão internacional.
Assim como John Parsons dedicou-se intensamente às questões ambientais de Tiradentes e região, empenhado na preservação da monumental Serra de São José e de seus mananciais hídricos, Anna Maria voltou-se para a música da Comarca do Rio das Mortes. Atuando em parceria com o maestro José Maria Neves e sua irmã, a maestrina Stella Moreira Neves – irmãos do cardeal primaz Dom Lucas –, com eles fundou o Centro de Referência Musicológica de São João del Rei, CEREM, núcleo de relevante importância para os estudos musicais.
Anna Maria Parsons foi diretora do IFAC/UFOP, Instituto de Filosofia, Artes e Cultura da Universidade Federal de Ouro Preto, e participou da criação do Centro de Estudos do Século XVIII, também em Ouro Preto, tendo contribuído de forma significativa para com essas entidades.
Integrou a equipe fundadora da SAT, Sociedade Amigos de Tiradentes, da qual John Parsons foi o primeiro presidente, uma das ações primordiais da sociedade civil no sentido da preservação de Tiradentes.
Membro da diretoria e do coro da bicentenária Orquestra Ribeiro Bastos, de São João del Rei, sempre presente à missa cantada dominical na Igreja de São Francisco de Assis, ela colaborou com a Lira Sanjoanense, a Lira Ceciliana de Prados e a Banda e Orquestra Ramalho, de Tiradentes, estimulando suas atividades, pesquisas e apresentações. Apoiou Angela Gutierrez na criação do Museu de Sant’Ana e participou do conselho do Museu da Liturgia, ambos em Tiradentes. Deve-se ainda a Anna Parsons estudo sobre a vida e a obra do mestre entalhador português José de Souza Cavadas, que deixou legado extraordinário em igrejas setecentistas do Paraguai e da Argentina.
São seus filhos Andréa Constança (Tancha), Carlos Frederico (Fred) e Eduardo Haroldo (Ted) Dirickson. A missa de sétimo dia será realizada às 9 horas de domingo, dia 23 de abril, na Igreja de São Francisco de Assis de São João del Rei, com acompanhamento pela Orquestra Ribeiro Bastos, que prestará homenagem especial à memória de Anna Maria Parsons. Houve missa de corpo presente em Tiradentes, onde também haverá cerimônia pelo sétimo dia.

Nota biográfica redigida por Angelo Oswaldo de Araújo Santos, secretário de Cultura de Minas Gerais

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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