Blima Bracher

Séries e filmes históricos: 5 fatos omitidos

Margot Robbie, como Rainha Elizabeth I enfrentou duas Marias para reinar a Inglaterra

Cinco fatos históricos que não foram contados em séries e filmes de época. Se você é fã de filmes e séries que relatam passagens da história, deve estar procurando bons títulos para assistir nesta quarentena. Afinal sextou. Mas, nem sempre o que vemos nos filmes mostram desdobramentos e consequências daquelas histórias. Então vamos lá:

  • Muitos pensam que o sucessor de Luís XIV, o Rei Sol ( interpretado por George Bladgen, na Série “Versailles”) era seu filho. Porém, Luiz XV era, na verdade bisneto de Luiz XIV. Isso se deve ao tempo enorme que Luís XIV reinou: foram 72 anos, o mais longo reinado da história. Quando faleceu, o rei já havia perdido filhos e netos e foi seu bisneto que assumiu o trono aos cinco anos de idade, tão novo quanto seu bisavô. Luís XV recebeu a alcunha de o Bem-Amado e teve como tutor o tio-avô, filho do Duque de Orleãs, Filipe I.
Luís XIV era bisavô de seu sucessor Luís XV

No filme “O Último Rei”, que pode ser visto na Netflix, o rei Hákon Hákonarson, teria nascido em 1204, filho de seu pai com uma camponesa. Com o envenenamento de seu pai, Haakon Sverresson, Rei da Noruega, os noruegueses ficam sem um herdeiro real, pois o velho rei tinha apenas uma filha e as mulheres não podiam reinar na Noruega. Com o anúncio de um reino sem herdeiros, a Dinamarca quer anexar a Noruega ao seu território. Quando descobrem sobre o bebê de sangue azul, começa uma violenta perseguição dos guerreiros dinamarqueses, os bagler, que querem matar o menino real. Então a antiga guarda, fiel ao rei norueguês, os Birkebeiner, fazem de tudo para manter o menino a salvo e conseguem afugentar as intrigas e traições envolvidas na tentativa da Dinamarca de acabar com a Noruega. Hákon subiu ao trono aos 13 anos de idade, como Hákon IV e reinou por 46 anos, trazendo paz e garantindo a continuidade do reinado Norueguês.

Dois noruegueses fogem dos guerreiros dinamarqueses para salvar o único herdeiro da coroa

No filme o “Legítimo Rei”, também disponível na Netflix, é contada a lendária história do Rei Escocês Robert the Bruce (Chris Pine), também chamado de Roberto de Bruce. Nascido em 1274, Roberto era tataraneto do Rei Escocês David I da Escócia. Com a unificação da Gra-Bretanha, a família de Bruce, embora continuasse nobre, perdeu o direito ao trono, agora concentrado na Inglaterra sob o reinado de Eduardo I. Em 1306, Roberto de auto-declara rei sob a alcunha de Roberto I. Porém, o rei inglês Eduardo I , que tinha o maior exército do mundo, ataca Roberto de todas as formas. Com astúcia e se aproveitando do conhecimento dos terrenos escoceses para traçar batalhas, e conseguindo aliados Irlandeses, Roberto I consegue derrotar, mesmo com um exército bem menor as forças de Eduardo I e reina sob a Escócia. Eduardo I depois foi assassinado em uma conspiração de nobres ingleses.

Roberto de Bruce ficou para a história por enfrentar a Inglaterra e se coroar Rei da Escócia

Em Duas Rainhas, Elizabeth, a rainha virgem ( interpretada por Margot Robbie) luta contra a prima Mary Stuart ( Saoirse Ronan) pelo direito ao trono da Inglaterra. O que não é dito no filme, é que, antes de lutar contra Mary da Escícia, Elizabeth havia enfrentado outra Mary, sua irmã mais velha por parte de pai. Quando o rei Henrique VIII morre , as duas meio-irmãs travam batalhas sangrentas. Mary, filha da primeira esposa do Rei, a espanhola Catarina de Aragão é uma fervorosa católica. Já Elizabeth, filha de Ana Bolena e considerada bastarda, apesar da manobra do Rei de declarar nulo seu primeiro casamento e se casar com Ana Bolena, é adepta ao protestantismo. Por traz desta disputa há também estes aspectos religiosos. Uma curiosidade: Maria I ou Maria Tudor foi tão sanguinária ao defender seu direito ao trono que o drinque Bloody Mary, feito com vodca e tomate teria sido batizado em sua homenagem.

Antes de lutar pelo trono inglês com a prima escocesa Mary Stuart, a Rainha Elizabeth enfrentou sua meio-irmã, Maria I Tudor
Mary I Tudor, filha de Henrique VII e Catarina de Aragão lutou contra a meio-irmã Elizabeth pelo trono inglês. O drinque Bloody Mary, feito com tomate e vodca seria uma alusão a ela

A Ordem dos Templários, os cavaleiros de Cristo surgiu em 1118 e durou cerca de dois séculos. A irmandade foi criada por cavaleiros que faziam votos de pobreza, castidade e devoção, usando uma túnica branca com uma cruz vermelha. Os adeptos aprendiam técnicas de batalha e esgrima. Na Série Templários (Knightfall) , inicialmente criada pelo History Channel) e em exibição no Netflix, os problemas da Ordem começam com um suposto romance entre a Rainha Joana (Olívia Ross) e o Mestre Templário Landry ( Tom Cullen). Joana era esposa de Rei Felipe IV da França, conhecido como O Belo. Historicamente, o que teria acontecido teria sido o enriquecimento da Ordem dos Templários, com cristãos que deixavam fortunas como herança ou doações. Felipe, O Belo ( Ed Stoppard) , teria ficado em dívida com os Templários e pedido ajuda ao Papa Clemente V para espalhar rumores de sodomia, cobiça e desvirtuação da Ordem, o que teria contribuído para sua queda. Mais de 500 Cavaleiros teriam sido violentamente torturados e forçados a confessar pecados não cometidos. Cheia de ação, intrigas, traições e fantasias, as Série é muito mais um romance que um relato histórico.

Knightfall – Templários: muito mais romance que relato histórico.
Blima Bracher #blimabracher @blimabracher

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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