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Minas: turismo cresce 10% acima da média nacional e cria novos circuitos

O Governo do Estado reabriu o Palácio da Liberdade para visitação e apresentou ações para impulsionar o Circuito Liberdade que agora conta com a inclusão de outros espaços culturais, rotas turísticas próprias e investimento em restauração do edifício sede do Iepha-MG

O Palácio da Liberdade, um dos mais importantes espaços culturais do Circuito Liberdade, em Belo Horizonte, passará a receber visitantes novamente a partir de 9/10. O anúncio foi feito no Palácio, com a presença do governador Romeu Zema, do secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira, do presidente do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha-MG), Felipe Pires, e de outras autoridades.

“É um prazer e uma felicidade estarmos assistindo ao sol raiar, depois de 17 meses de tempos sombrios e tristes, em que ficamos adoentados e muitos partiram, infelizmente. Este momento de reabertura do Palácio da Liberdade está dentro desse contexto. Temos agora essa retomada do turismo e atividades culturais. O Circuito Liberdade se expande e sabemos que um atrativo serve de complemento a outros. E com as novas rotas turísticas, como a de parques e jardins, com 25 atrações, e a rota da cozinha mineira, criada junto com a Abrasel, temos a valorização da cultura e da tradição mineiras”, disse Romeu Zema.

Com a rota “Cozinha Mineira”, bares e restaurantes, que tiveram um longo período difícil, terão oportunidade de se recuperar e gerar renda. “Estamos iniciando um círculo virtuoso, com dignidade para o povo mineiro, e isso passa pela geração de empregos. Talvez nenhum estado tenha tanto patrimônio para mostrar aos visitantes como o nosso”, destacou o governador.

Crescimento
O secretário Leônidas Oliveira destacou o momento de crescimento do turismo em Minas Gerais, que o coloca na liderança diante dos demais estados.

“Temos registrado crescimento 10% acima da média nacional no volume de atividades turísticas, de acordo com o IBGE, com sucesso absoluto com a atração de turistas de todo o país. A reabertura do Palácio da Liberdade, símbolo do patrimônio mineiro, e a expansão do Circuito Liberdade, estão entre os primeiros passos para a internacionalização de Belo Horizonte e de Minas Gerais. Destaco também o Via Liberdade, em que o Circuito Liberdade tem papel central. Com este projeto, vamos comemorar os 200 anos da independência do Brasil, por meio de rota na BR 040 em que temos, neste eixo, nove patrimônios culturais da Humanidade, mais de 100 cidades tombadas, 26 parques, e uma infinidade de cachoeiras. Fechamos acordo com Goiás, Rio de Janeiro e Distrito Federal para criar a Via liberdade, da qual Belo Horizonte será o centro. Hoje, o local e o global conversam, e é motivo de muito orgulho sermos mineiros neste momento”, enfatizou o secretário.

Horários de visita
As visitações ao Palácio poderão ser feitas apenas nos fins de semana neste primeiro momento, e vão ocorrer em grupos reduzidos de até 12 pessoas, em blocos de horários, sendo: 10h, 11h, 13h, 14h e 15h. As visitas têm duração estimada de 40 minutos e, entre uma e outra, haverá intervalo para limpeza e higienização de todo o ambiente. Os jardins do Palácio da Liberdade também receberão visitantes. Nesse caso, serão dois grupos com 15 pessoas, nos horários de 10h15 e 13h15. O agendamento poderá ser feito pela plataforma Sympla.

A reabertura do Palácio da Liberdade para visitação traz ainda uma grande novidade: a parceria entre a APPA – Arte e Cultura e o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha-MG) com a Copasa, que será a patrocinadora Máster do Palácio da Liberdade. Será investido o valor aproximado de R$ 1,5 milhão em ações educativas, voltadas a crianças e adolescentes, e de promoção do patrimônio cultural.

Restauração do Prédio Verde ganhará R$ 8 mi em investimentos
Durante a cerimônia, a Secult e o Iepha-MG anunciaram também o início das obras para a implantação do Centro do Patrimônio Cultural Cemig, a ser instalado no edifício sede do Iepha-MG, localizado na Praça da Liberdade. O projeto de requalificação do espaço e implantação do Centro do Patrimônio conta com o valor total da ordem de R$ 8 milhões, sendo R$ 5,7 milhões provenientes da Cemig e R$ 2,2 milhões da Gerdau.

“O Prédio Verde vai passar por processo de restauração e vai abrigar uma coisa muito importante que faltava no Circuito, que é o Centro do Patrimônio Cultural, trazendo esse grande universo do patrimônio material e imaterial, da nossa arquitetura, das nossas festas todas, e por isso agradeço à Cemig e Gerdau por esse investimento inicial”, pontuou Leônidas Oliveira.

A primeira fase das obras irá incluir as restaurações do hall de entrada e do pátio interno do edifício, e também a revitalização da Biblioteca do Iepha-MG.

Integrado ao Circuito Liberdade, o Centro do Patrimônio Cultural Cemig se constituirá como um espaço de articulação das ações institucionais de proteção e gestão do patrimônio cultural, com a participação da comunidade, agentes culturais, instituições de fomento e pesquisa.

Os dois primeiros pavimentos da edificação abrigarão espaços destinados a exposições e mostras, ateliê vitrine de restauração de acervos, reserva técnica visitável, núcleo do patrimônio imaterial, núcleo de técnicas construtivas tradicionais, além de salas destinadas a ocupações e exposições temporárias e reuniões dos conselhos de cultura e patrimônio cultural do estado. Nos demais pavimentos, a edificação já abriga o Iepha-MG e suas atividades administrativas e técnicas.

Todos os conteúdos trabalhados estarão articulados à interpretação, promoção e fruição do patrimônio cultural do estado por meio de projeto educativo e receptivo, promovendo a articulação com os conteúdos presentes nas cidades e territórios de patrimônio. A previsão é que em maio de 2022 seja feita a abertura da exposição inaugural do Centro do Patrimônio, que irá se chamar “Sentidos do Patrimônio”.

Dinamização e ampliação do Circuito Liberdade
O secretário Leônidas Oliveira anunciou a expansão efetiva do Circuito Liberdade, que passa a abarcar novos espaços históricos, culturais, artísticos, paisagísticos e culinários de Minas Gerais. Entre as unidades que vão integrar o Circuito estão o Palácio das Artes; a CâmeraSete – Casa de Fotografia de Minas Gerais; a Filarmônica; a Mineiraria; o Cine Theatro Brasil Vallourec; o CURA – Circuito Urbano de Arte; o Mercado Central; o Museu de Artes e Ofícios; o Museu dos Brinquedos; o Museu Inimá de Paula; o Sesc Palladium; a Sociedade Mineira de Engenheiros e o Teatro Feluma.

Em outubro de 2020, quando a Secult assumiu a gestão do complexo cultural, a pasta apresentou ao público o projeto de sua ampliação, abrangendo uma área maior e resgatando o projeto original da construção da capital mineira de 1895, quando a cidade estava delimitada pela Avenida do Contorno.

Entre as especificidades para a adesão de novos equipamentos ao complexo cultural estão a ampliação e a diversificação da programação cultural e do acesso à cultura, a articulação de projetos e ações culturais em rede e a promoção turística do Circuito Liberdade com foco na economia criativa como mecanismo de transformação, de geração de emprego e renda.

Novas Rotas Turísticas no Circuito Liberdade
A Cozinha Mineira e as belas paisagens da capital serão as protagonistas das rotas turísticas que serão inauguradas no Circuito Liberdade. Voltadas à visitação permanente, a rota da “Cozinha Mineira” e de “Parques, Praças e Jardins”, têm o objetivo de resgatar parte da história de Belo Horizonte, conhecida nacionalmente como Cidade Jardim.

A primeira delas é um projeto de valorização dos saberes e sabores mineiros, que envolve museus, mercados, botecos, restaurantes e cafeterias, todos eles interligados com a Cozinha Mineira, que está toda mapeada na região central da capital do estado, dentro dos limites da Avenida do Contorno. Esta rota passa por edificações históricas e simbólicas do Circuito Liberdade, como o Edifício Arcângelo Maletta e o Museu de Artes e Ofícios.

Os museus incluídos na rota representam não só a história de Minas, mas a ligação com a Cozinha Mineira, por meio de registros e memórias. Já os mercados representam os pontos de encontro do povo mineiro, por isso a inclusão do Mercado Central de Belo Horizonte.

Já os restaurantes, bares e cafeterias representam o contato direto com a culinária mineira, cada um com suas especialidades. São inicialmente 12 espaços selecionados por meio de parceria da Secult com a Abrasel e que não só deixam a rota mais atrativa, como diversificam as possibilidades de trajeto.

Além dos estabelecimentos já selecionados, a Secult está abrindo chamamento público para que restaurantes de cozinha mineira que estejam no perímetro da Avenida do Contorno possam se inscrever e integrar a Rota em um segundo momento, quando esta passará por sua primeira expansão.

A segunda rota, dos “Parques, Praças e Jardins”, inclui 25 espaços que podem ser vivenciados de acordo com a vontade e com a liberdade de cada um. A rota também é um convite para experimentar os dias mais floridos da eterna Cidade Jardim, que recomeçam na atual estação do ano, incluindo a 15ª Primavera dos Museus.

Integram a rota a Praça da Liberdade, o CCBB (Pátio Interno), o Memorial Minas Gerais Vale (Jardim Interno), a Praça Carlos Drummond de Andrade – entre o MM Gerdau e Vale -, o Espaço Cultural da Escola de Design da UEMG (6º Andar, imagem da praça), os jardins do Palácio da Liberdade, o Teatro de Arena (Biblioteca Pública Estadual), a Praça José Mendes Júnior, a Casa Fiat de Cultura (Jardins), a Academia Mineira de Letras (Jardins Internos), a Praça Rômulo Paes (Subir Bahia, descer Floresta / Inimá de Paula), a Praça Afonso Arinos, a Praça Nossa Senhora da Boa Viagem, o Parque Municipal, o Palácio das Artes (Jardins Internos), a Praça da Estação (Mirante CURA e Museu de Artes e Ofícios), a Praça Raul Soares, a Praça Floriano Peixoto, a Praça Milton Campos, a Praça Marília de Dirceu, a Praça Diogo de Vasconcelos (Praça da Savassi), o Parque Rosinha Cadar, a Praça da Assembleia, a Praça José Mendes Júnior (Praça Mendes Sá) e a Filarmônica.

Com @blimabracher
Blima Bracher

Blima Bracher é jornalista, formada pela UFMG e Engenheira Civil. Trabalhou doze anos em TV como repórter e apresentadora na Globo e Band Minas. Foi Editora da Revista Encontro e Encontro Gastrô. Escritora, cineasta e cronista premiada.

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