Quem nunca ouviu esta expressão: Minha vida daria um filme? Talvez poucas pessoas possam afirmá-la com tanta propriedade quanto Roberto Vascon. Nascido em Raposos no interior de Minas, como muitos meninos sem boas condições de vida, Roberto talvez não pudesse esperar muito mais do destino que lutar e trabalhar duro para sustentar com dificuldades uma família. Mas alguma coisa o diferenciava dos demais: “Sonhava em conhecer o mundo”, lembra.
O sonho parecia distante. Morava num casebre humilde e para ajudar em casa vendia ferro velho e todo tipo de sucata. O pai era alcoólatra e faleceu quando Roberto tinha 12 anos. Foi quando a família se mudou para Belo Horizonte.
Seu destino começou a mudar quando conheceu um coreógrafo do Palácio das Artes que o convidou para fazer parte do grupo de dança. Com o sonho de melhorar de vida, aos 20 anos, Vascon se mudou para o Rio de Janeiro. Como não tinha escolaridade, “tive que me virar com subempregos e aos poucos juntei dinheiro para comprar uma passagem para os Estados Unidos”, conta.
Sempre focado em seus objetivos, Roberto chegou em Nova Iorque sem falar uma palavra em inglês. Mas não desistiu. Dormia num banco do Central Park por uns meses, até que conseguiu emprego numa delikatessen. “A vida seguia sem grandes expectativas até que um dia tive um sonho: balançava uma árvore e dela voavam bolsas com asas de pássaros. Fiquei com aquilo na cabeça e passei a reparar que a norte- americana usava muitas bolsas, de diferentes tipos e tamanhos”, diz.
Determinado a vencer, lembra, “com o trocado que tinha comprei uma pele de couro, aluguei uma máquina de costura – em Raposos ajudava minha mãe na costura – e fiz 12 lindas bolsas coloridas.” Foi para as ruas tentar vendê-las com a esperança de recuperar seu investimento. Foi quando uma jovem parou, gostou e decidiu comprar todas. Ela era ninguém menos que a editora de moda do maior jornal do mundo, o “The New York Times”. Depois disso toda a imprensa quis conhecer o tal mágico do couro que em poucos meses abriu lojas nos Estados Unidos e até no Japão. Suas bolsas conquistaram grandes personalidades e até artistas famosas de Hollywood, entre elas, Madonna, Britney Spears e Oprah Winfrey. Milionário do dia pra noite, Vascon conseguiu comprar um luxuoso apartamento em frente ao fatídico banco que lhe serviu de lar por algum tempo.
Com muitas lojas e dinheiro de sobra, Vascon decidiu que era hora de viajar pelo mundo, seu sonho de criança. Foram 128 países. Por onde passava distribuía dinheiro e ajudava aos mais pobres. Estudou, conheceu culturas das mais diversas, e, quando voltou do tour mundial, o dinheiro havia acabado.
De volta ao banquinho do Central Park foi reconhecido por uma moça, cuja mãe o adorava: “Era uma senhora russa, viúva e me relatou que certa vez, numa festa, eu a tirei pra dançar e depois disso ela se matriculou na dança de salão e voltou a ver alegria na vida”, diz. Como forma de agradecimento, a tal senhora o presenteou com um livro. Mas a surpresa maior estava dentro dele: um polpudo cheque, com o qual Vascon voltou para o Brasil e retomou o sonho de abrir sua fábrica em Minas, na cidade de Nova Lima e outras lojas pelo país. “Crio com emoção e valorizo o que temos de melhor que é a alegria contagiante do brasileiro”, diz ele que expressa todo sentimento nas estampas de suas cobiçadas bolsas.
Além de ministrar palestras, este vitorioso diz que gosta mesmo “é de viver intensamente nesta festa que Deus fez, que se chama Mundo…”
E claro, não dispensa os sabores da boa mesa., Aqui, ele revela tudo ao site Blima Bracher
BB – A gastronomia pra você é?
RV – Puro prazer
BB – Um sabor da infância
RV – O tempero da minha mãe
BB – Um restaurante inesquecível
RV – Le Cirque New York
BB – Qual o seu prato favorito?
RV – Presunto de Parma ( capa preta) com molho agridoce, e forrado com tâmaras e castanhas
BB – Uma fruta.
RV – Fruta do conde
BB – Vinho ou cerveja?
RV – Vinho
BB – Qual?
RV Sancerre branco ( França)
BB – Cite um ou mais restaurantes imperdíveis em BH.
RV – D’Artagnan
BB – E em Ouro Preto?
RV – Acaso 85. Fui apresentado a ele por Carlos e Fani Bracher. Me lembro da escadaria de pedra e do pé direito alto, algo no estilo medieval. Sempre me lembro de lá.
BB – E em Tiradentes?
RV – Tragaluz
BB – Um chef
RV – Marise Rache ( D’Artagnan )
BB – Um sabor de Minas
RV – Biscoito de polvilho frito
BB – Com quem gostaria de dividir a mesa?
RV – Já divido sempre ( geralmente quando vou a um restaurante peço tudo para dois , me olham meio estranho , e tenho sempre que explicar só janto com meu melhor amigo DEUS )
BB – De quem dispensaria a companhia?
RV – Com qualquer um , que não entenda que a hora de comer é sagrada….
BB – Um sabor indigesto
RV – Repolho
Foto Divulgação
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Meu querido amigo!!!
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Belo exemplo de vida!!!
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Interessante.
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