Entrevistas

De voz, violão e fogão: Na Mesa com Moska

Ator, cantor, compositor, apresentador, músico, inquieto e multifacetado como um caleidoscópico globo ocular de uma mosca, Paulinho Moska revela ao mundo outro talento: é de forno e fogão.

Suas raízes baianas trouxeram suingue e temperos na veia. Com a mesma destreza que dedilha violas em acordes de blues, rocks, pops e drops, ele maneja colheres, pós, segredos e harmonias indizíveis em caldeiradas suculentas, quase sempre recheadas de frutos do mar.

Quando vai à Bahia volta como bom baiano: cheio de isopores, ora comprados no Mercado Modelo, ora trazidos das cozinhas das tias e seus sotaques carregados de dendê.

O músico dispensa apresentações: nos 80’s estourou como vocalista da banda de pop-rock Inimigos do Rei, com hits com”Uma Barata Chamada Kafka” e “Adelaide” .

Em 1992 inicia a carreira solo e já emplacou 14 temas em trilhas da TV Globo. Também se tornou um compositor requisitado por grandes nomes como: Marina Lima, que gravou “Admito que Perdi”; Maria Bethânia, para quem compôs “Saudade”; Elba Ramalho , com “Relampiano”; Ney Matogrosso e outros azes como Maria Rita, Mart’nália, Lenine, Francis Hime e Zélia Duncan.

É formado em cinema e teatro pela CAL ( Casa de Artes de Laranjeiras). Apresentou o delicioso “Zoombido”, no Canal Brasil.

Em 2015 a parceria entre Fito Paez e Moska resultou na turnê e CD “Loucura Total”.

Está na estrada com o (mil vezes imperdível) show Violoz .

E troca figurinhas e acordes com o grupo Suricato.

Mas, chegou a hora de provar o tempero do Moska. Desfrutem:

BB – Qual a sua relação com a gastronomia?

Moska – Gastronomia é uma prática artística, no sentido em que “arte” é experimentação. É criatividade, no sentido da atividade de criar. E é amor, quando alguém prepara um alimento que será a saúde de alguém.

BB- Cozinhar pra você é?

Moska – É igual a compor uma canção ou fazer sexo…quanto melhor os ingredientes, melhor o resultado. Não pode errar o tempero…e a alegria e o prazer do outro está em primeiro lugar.

BB – Um sabor da infância.

Moska -Brigadeiro

BB – Um restaurante inesquecível.

Moska- Nobu, em NYC

BB – Qual o seu prato favorito?

Moska – Moqueca de camarão

BB – Uma fruta

Moska – Açaí

BB – Vinho ou cerveja?

Moska -Vinho branco.

BB – Qual?

Moska – Qualquer chardonay chileno

BB – Doce ou salgado?

Moska – As moskas gostam de doce.

BB – Qual?

Moska – Casadinho, baba de moça e quindin… pudim de leite condensado também!

BB – Cite um ou mais restaurantes imperdíveis no Rio

Moska – Sushi Leblon, Giuseppe Grill Mar, Esplanada Grill

BB – E em Ouro Preto?

Moska – Bené da Flauta

BB – Um chef

Moska – Roberta Sudbrack

BB – Um sabor carioca

Moska – Feijoada

BB – Um sabor mineiro

Moska – Frango com quiabo

BB – Um sabor baiano

Moska – Acarajé com vatapá, caruru, camarão e pimenta

BB – Um sabor novaiorquino

Moska – Hot dog do Gray’s Papaya

BB – Com quem gostaria de dividir a mesa?

Moska – Sempre com a minha mulher.

BB – De quem dispensaria a companhia?

Moska – Políticos corruptos

BB – Um sabor indigesto.

Moska – Fígado não dá!!!

BB – Música e gastronomia se integram?

Moska – Dependendo do ponto de vista, são a mesma coisa. É maravilhoso cozinhar ouvindo música e compor uma canção comendo.

Blima Bracher

Blima Bracher é jornalista, formada pela UFMG e Engenheira Civil. Trabalhou doze anos em TV como repórter e apresentadora na Globo e Band Minas. Foi Editora da Revista Encontro e Encontro Gastrô. Escritora, cineasta e cronista premiada.

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