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Jabuticaba e outras iguarias usadas em insumos brasileiros para a fabricação de cervejas

Apesar da cerveja ser uma paixão nacional, o Brasil ainda importa a maioria dos insumos para a sua produção. O crescimento do mercado de cerveja artesanal, porém, tem incentivado a indústria de insumos brasileiros. Neste mês de fevereiro, o Lamas Brew Shop de Belo Horizonte passou a comercializar dois produtos nacionais, que já estão disponíveis em sua loja física e virtual: o malte Catarinense, da Maltaria Nacional, de Campos Novos (SC), e o fermento líquido Yeastlab, produzido em Franca (SP).

 “A procura pela qualidade nos insumos que comercializamos sempre foi uma grande preocupação nossa e os ingredientes nacionais estão conseguindo conquistar um espaço muito importante nesse mercado. Até muito pouco tempo, não tínhamos insumos nacionais disponíveis e é muito bom ver empresas daqui investindo em ingredientes diferenciados”, destaca o cervejeiro José Bento Valias Vargas, sócio do Lamas BH.

  Maltes nacionais

No Lamas BH, é possível encontrar seis tipos de maltes Catarinense: Ácido, Aveia, Biscoito, Caramelo Ácido, Munique e Viena. De acordo com Vargas, cada um deles possui características específicas. “O malte Ácido pode ser usado na produção dos mais variados estilos de cerveja, sejam ales ou lagers, de coloração castanho claro ou mais escuro, e até mesmo nas cervejas que utilizam técnicas de acidificação do mosto. Já o malte Aveia possui um sabor característico de maltes mais claros, que remete a miolo de pão, cereais, feno e dulçor”, explica o cervejeiro.

 José Bento ressalta que a utilização deste último resulta em “uma sensação na boca muitas vezes dita como aveludado e cremoso”. Em relação ao malte Munique, ele é perfeito para ser usado na produção de qualquer estilo de cerveja em que se deseje um acentuado sabor maltado.

 Ao optar pelo malte Biscoito, o produtor de cerveja favorecerá a formação de cor, além de aromas e sabores destacados de melado, rapadura, biscoito e torrada, com notas de nozes, castanhas, casca de pão e leve dulçor. O emprego do malte Caramelo Ácido, por sua vez, resultará no decréscimo do pH do mostro, podendo ser utilizado para a produção de cervejas azedas. O Viena, por fim, é recomendado para a fabricação de qualquer tipo de cerveja que opte por destacar o sabor do malte.

 Fermentos

O fermento líquido Yeastlab possui cinco tipos diferentes disponíveis, atualmente, no Lamas BH: California Ale, Belgian Ale, Brett Lambicus, London Ale e Brazilian Ale. Focados em simplicidade e qualidade, os frascos de 100 ml já contêm células suficientes para fermentar um mosto de 20 litros, com densidade inicial (OG) de até 1.060.

 O California Ale apresenta fermentação rápida, com boa floculação e atenuação média, podendo deixar a cerveja com um sabor residual adocicado. O Belgian Ale produz um caráter frutado único, lembrando as ameixas. Ele tem uma alta tolerância ao etanol e uma boa atenuação.

 Já o Brett Lambicus, proveniente da Bélgica, produz o perfil clássico de Brett, podendo formar película em garrafas e durante a fermentação. O London Ale, por sua vez, é neutro e pode ser utilizado para cervejas maltadas e lupuladas, realçando o perfil escolhido. Ele produz uma cerveja levemente adocicada. Por fim, o Brazilian Ale, originário da casca de jabuticaba de Minas Gerais, produz aromas fenólicos e picantes, menos intensos do que as cepas belgas tradicionais, dependendo da temperatura de fermentação.

 Divulgação: EH! UP

Blima Bracher

Blima Bracher é jornalista, formada pela UFMG e Engenheira Civil. Trabalhou doze anos em TV como repórter e apresentadora na Globo e Band Minas. Foi Editora da Revista Encontro e Encontro Gastrô. Escritora, cineasta e cronista premiada.

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