" Vikings Valhalla": top 10 na Netflix mostra a saga do Rei Knud, primeiro viking a governar a Inglaterra - Blima Bracher
Blima Bracher

” Vikings Valhalla”: top 10 na Netflix mostra a saga do Rei Knud, primeiro viking a governar a Inglaterra

Sou casada com o neto de uma Dinamarquesa de sobrenome Knud. Isso me fez ver com bastante interesse “Vikings Valhalla”, que está na terceira temporada na Netflix e foi escrita por Jeb Stuart. Tudo teve início com a antológica série Vikings , escrita por Michael Hirst, que iniciou a saga e trouxe ao mundo o obscuro universo dos povos nórdicos que habitavam países como Dinamarca, Noruega, Suécia, Islândia e Groelândia, e mostrou a história do lendario Ragnar Lodbrok ( Travis Fimmel) que desceu para a Inglaterra a procura de condições melhores de vida para seu povo. Em sangrentas ofensivas e invasões, chegaram até à França, onde o irmão de Ragnar, o viking Rollo ( Clive Standen)se casa com Popa de Bayeux, tornando-se governante da Normandia originando uma extensa linhagem que alcança o lendário Rei Tudor, Henrique VIII, em cujas veias, sim, minha gente, corria sangue viking. “Vikings Valhalla” é, em suma, uma grande metáfora de como o mundo pagão com deuses como Odin, Thor e Freya foi sufocado pelo Igreja Católica. Isto se dá não só com a invasão Romana aos territorios nórdicos, mas também pela convivência dos vikings com os anglo-saxões na Inglaterra já catequizada em seus condados de norte a sul. Estamos falando de um período entre 900 a 1.100 D. C. A grande virada na história se dá, justamente, depois que o Rei Dinamarquês Knud, o Grande, ( Bradley Freegard) consegue derrubar a Ponte de Londres e invade o coração da Inglaterra. Feito que seu pai, o Rei Sweyn Forkbeard (Søren Pilmark) filho de Harold Bluetooth (Harold I da Dinamarca), já havia tentado, sem êxito. (Como curiosidade , apenas, o avó de Knud era chamado Haroldo Dentes Azuis não se sabe se porque teria os dentes mortos e em tom azulado, ou se porque os tingia raspando-os com pedras de pigmento azul. ) Voltando a Knud, o Grande, ele invade Londres e se casa com Emma ( Laura Berlin) , viúva do rei inglês Aethelred ou Etelredo II. No trono Knud se converte ao Cristianismo por questões políticas ( embora não tenha abandonado de todo as crença nos deuses nórdicas) . Knud não mata o filho de Etelredo e enteado de Emma, Edmund, interpretado por Louis Davidson. Com isdo consegue o apoio dos nobres dos condados de Wessex, Kent, Sussex, País de Gales, entre outros. A história é costurada pela influência do conde Godwin ( David Oakes) personagem real, que se tornou conde de Wessex em 1020 e se manteve próximo de Knud até a sua morte em 1035. Knud é um rei lendário tanto para vikings , quanto para cristãos ( Rei Canuto em latim), pois governou ao mesmo tempo a Dinamarca, a Noruega e a Inglaterra. Paralelamente, temos a briga dos irmãos Harald Sigurdson ( Leo Suter) e Olaf Haraldsson (Jóhannes Haukur Jóhannesson) um líder viking convertido ao Cristianismo que foi rei da Noruega e que matava pagãos. Foi declarado santo Olavo pela Igreja Católica. Seus embates são contra a última guardiã dos Deuses nórdicos, a líder do Santuário de Upsalla , Freydis Eiriksdóttir (Frida Gustavsson ). Como disse antes, o filme é uma metáfora de como a Igreja Católica foi tomando territórios ditos pagãos, forjando mártires e santos e excomungado os praticantes das crenças nos deuses nórdicos. Freydis é filha do histórico rei da Groelândia, Erik, o Vermelho e irmã de Leif Erikson (Sam Corlett) um explorador de marés e continentes, que teria sido o primeiro europeu a pisar na América do Norte, e não Cristóvão Colombo, como está nos livros. Texto e pesquisa histórica da jornalista Blima Bracher

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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