Com seus óculos grossos de acetato preto. Pela fumaça acesa em seus cinzeiros, a velha máquina e os plantões mantidos. As noites longas e o café pequeno. Porões cheios, redações vazias. Idos 70 de torturas tantas. A voz ecoa mesmo em entrelinhas.
Aos meus colegas jornalistas. Que se arriscam pra denunciar. Em guerras frias, bombas genocidas, Síria, Iraque, atrocidades tantas. O sangue barato jorra sem perdão. Nosso grito brada pelos que se calam.
Por Tim Lopes, Santiago e Foley.
Aos que sentiram a emoção na espinha, que é colher notícia em fonte limpa. Ser da História os olhos e os ouvidos. Fatos nascendo.
Lágrimas contidas, microfone em punho.
Aos que correram da polícia. Sentiram medo. E o frio abandono dos becos úmidos nas favelas. E na estrada buracos e acidentes. O factual nos camburões da vida e o cheiro podre de tristes cadáveres. Reféns, motins, presídios. Deslizamentos, enchentes, incêndios. Bombas e SOSs tantos. Rádio e celulares? Sempre: – “na escuta”.
E viram o primeiro e o último suspiro. A vida nascendo e se esvaindo, naquele instante em que as palavras faltam.
Choro sincero e gargalhadas falsas.
A fria luz de led em gabinetes. Terninhos limpos e o caráter sujo.
Aos que perderam noites de sono. E namorados em longas esperas. Aos que viveram longe da família. E que encontraram na equipe outra família. Piadas infames nos carros de reportagem. O riso intenso pra abafar o medo.
E o match point de tirar o fôlego. Suor pingando em corpos atléticos. Mãos esticadas pra alcançar as falas, destes gigantes depois da partida.
E o “povo fala” que não quer calar?
E aos que sucumbem aos perfumes. E ao mercado e seus grilhões infames. Por dinheiro ou por vaidade.
Mesmo com redações esmagadas pela tirania das agências de notícias.
As alegrias hão de ser maiores. Sempre maiores glórias e vitórias.
Somos românticos, antes de tudo.
Porque nada mais lindo que pássaros esculpidos. No barro amassado nos sertões da vida. O sorriso falho de agradecimento. O abraço suado do dever cumprido.
Nossa chama se mantem acesa.
Na cachaça diária dos “fechamentos”. E o alívio ao ver o pdf pronto ou o letreiro findo.
Ser Jornalista é mais que ter diploma, por mais que nos cassem os diplomas.
Sim, somos super-humanos.
Mas somos, antes de tudo, Humanos.
Aos meus colegas jornalistas, no dia 7 de abril de 2017, Dia do Jornalista.
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