No meu filme, Branca de Neve já virou madrasta
Quero me desembriagar deste mundo
E não tenho mais tempo pra brincar com rimas.
Queria Viniciar, mas sou Alphonsiana,
De Clarice, tenho , pelo menos, o olhar triste
E de Meireles, um saudosismo pelo que não vivi.
Queria provar os turcos
E dançar com galãs cultos
Queria dividir um charuto com Che, inebriada pela ponta de seu nariz fino,
Mas meus ídolos apertaram demais seus coturnos.
Quero que o politicamente vá a m…
Cansada das máscaras
Queria uma live onde só uma bunda ficasse rebolando
Pelvicamente, na tela
A gordura gelatinosa dos flancos ritmados a hipnotizar minhas pupilas.
Queria quebrar os óculos, todos os óculos
Que diferença fazem?
Enxergue o mundo como se-lhe forma a retina.
Quero mandar tudo às favas
Principalmente as partituras.
Quero Angu tocando tambor
Seria ótimo derrubar uma prateleira
“Eu sou rebelde, porque a vida quis assim”
Vou usar saltos e perucas
E me vestir de Arlequina
Sou minha boneca
E adoro o Coringa.
Ás vezes, como ele, queria quebrar as convenções
Desvirtue-se
Pelo menos uma vez
Aproveite pra roubar um doce
Queria ver seu cabelo despenteado um dia..
Fume de cortinas fechadas
Escute francês, alemão, árabe e russo
Mas não creia em tudo que ouve
Houve tortura
Por isso mereço um vestido azul, com sete saias de filó
Um corpete amarrado em nós
E um colar de diamantes falsos.
Pois quanto mais verdadeiros são, mais falsos são seus donos.
A mim me basta um rabo de cavalo
E uma tiara de pedrinhas
Mas que sejam bem brilhantes
“Pra eu pegar as malas lá fora
Abrir as portas do fusca lá fora…
E eu vou guiando…”
P.S.: Sempre detestei maçãs http://www.uai.com.br
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