Crítica “História de um Casamento”, Oscar 2020, por Blima Bracher
O enredo poderia ser o resumo do troféu framboesa do ano, mas, ao contrário, estamos falando de um indicado a “Melhor filme”, no Oscar 2020. Nicole (Scarlett Johansson, que concorre ao Oscar de “Melhor atriz”) é casada com Charlie (Adam Driver, que concorre ao Oscar de “Melhor Ator”). O casal lindo e bem sucedido tem um filho fofo, mas, nas entrelinhas de diálogos, se desentendem e tropeçam em blá blá blás, choros contidos e olhares perdidos.
E o pior clichê, como não poderia deixar de ser, caem nas mãos de advogados dispostos a tirar até o último centavo por causa da guarda da criança. Destaque para Laura Dern, que concorre “Melhor Atriz Coadjuvante e, sim, continua com belas pernas.
O estopim começa quando Nicole, atriz da companhia nova-iorquina de teatro onde, Charlie é o diretor, recebe uma proposta de Hollywood, sua terra natal e resolve aceitar. Nisso vem a tona supostas oportunidades que ela teria perdido se tivesse continuado morando onde nasceu.
Entre a descoberta de traições, diálogos arrastados, lembranças e lágrimas, o filme faz água, com direito a sogras que babam pelo genro e a irmã simpática e gulosa.
Chega a ser ridícula a cena em que Charlie chega de Nova Iorque com uma roupinha de Frankstein feita sob medida por sua companhia de teatro, mas o filho já está vestindo o uniforme do bloquinho de primos ninjas.
Sabe filme de nova-iorquino feito pra nova-iorquino? Este me pareceu o propósito do enredo morníssimo de “História de um Casamento”. Adepto do movimento Mumblecore (gênero alternativo do cinema americano que prioriza diálogos e atuações naturalísticas; ao invés de ação, computação e efeitos visuais), o diretor/roteirista Noah Baumbach (que concorre na categoria “Melhor Roteiro Original) só poderia ser nova-iorquino.
Aliás, casado com Greta Gerwig, a queridinha roteirista, atriz e diretora dos adeptos do Mumblecore, o casal é desses que foge dos estereótipos americanos, o que se torna em si, um hilário paradoxo. Ele tenta o gênero “tô nem aí”, com cabelo milimetricamente despenteado e ela é a típica menina americana que estava nos lugares certos e na hora certa (tendo chamado atenção até de Woody Allen). But, sorry os amantes deste gênero low profile, mas Serge Gainsbourg e Jane Birkin ou Brigitte Bardot e Gunter Sach ficaram em autênticos flashes P&B dos anos 60.
O mais perfeito retrato da típica família “american way of life” que se enrola nas próprias pernas ainda não bateu o genial “Beleza Americana” (1999) do roteirista Alan Ball e do diretor Sam Mendes.
Pode ser que alguém com uma enorme dor de cotovelo, possa torcer pelo Oscar de “Melhor Filme” para “História de um Casamento”.
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Só se for da beleza do Charlie
apagaram meu comentário !!!! Ridícula açã da "blogueira" a critica é primaria e nada isenta