Crônica "So cego" - Blima Bracher
Blima Bracher

Crônica “So cego”

Ser poeta é não ter descanso, nem no remanso. Manso é o mundo dos tolos.

Poetas choram e se arrepiam. E rodopiam, tontos de sono.

Preciso escrever e descrever meu olhar supra real sobre o mundo.

Mundano.

Danem- se os covardes. Os que não sangram e não se amassam.
Não estou nem aí pros que saem engomados dos armários.

A essência está em pelos arrepiados.

E sou toda lágrimas a todo instante.

Descansem olhos, meus supra olhos. Descansem e me dêem descanso.

Pois, preciso escrever e dormir. O sono dos justos, por justa causa.

Mil pílulas entorno. No entorno da minha cama.

Meu anjo loiro ressona.

Como são longas as horas e curtas as palavras. Nelas não cabem meu apelo. Pelo menos queria dormir…

Meus dentes, bem os tenho na boca. Alinhados e brancos.
Mas o sorriso não me é fácil

Invejo as gargalhadas espontâneas.
As risadas de Leila ecoando aos quatro cantos do apartamento.
Enquanto o sol entra pelas janelas

Ilusões juvenis, não mais as tenho
Paixões? Quem me dera ser poeta…

Texto de :

#blimabracher
@blimabracher

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

Categorias:
Crônicas
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