No meu batuque, se não entro eu, tu não vai entrar
Vila Rica de pulsos negros e batuques pretos
Se me vem à casa te ofereço o peito, da galinha gorda do quintal varrido.
E te benzo em óleos e unguentos tantos.
Se em Luanda me feriram os pés
Hoje da Vila Rica sou o preto rei.
Coroa, tenho
Se me deu o Pai, a carapaça forte do Leão de Judá
Teço negras cordas em meus carrapichos
E em ventos faço os mais belos desenhos
Em meu caminhar cabe muita ginga
Ou canelas finas de vovô Zambá.
Sou Dodô de Nina, neto de Dadá.
Filho de Oxalá, espalho em meu terreiro pernas de dançar
Sou da dança o curso, pois que no batuque, se não entro eu, tu não vai entrar
Sou da Congadeira
Tambores ancestrais
Encho de alegria
Teus poros suados
Sou da capoeira, do jogo e do jongo
Sou dos santos, mãe
E anjos encarnados
De Aleijadinho, em gulosos olhos a fingir recato.
Os veios lavrados
Em morros cavados
Minas de tesouros
São pra mim sussurros
Quero menos ouro e mais café coado
Atados em coloridos panos
A descer os morros
Guardiões do tempo
Das alturas pétreas
Em púrpuras rosas
E casebres rotos
Ricos em sorrisos e feijão de touço
O café coado, a cachaça doce.
Mel pousado em moscas nos nossos altares
Do Brasil
O berço dos Congados
Pois à Vila Rica veio sequestrado
Galanga, do Congo
Meu Rei destronado
Feito escravo
E depois aclamado: Chico Rey
Rei sou, e serei coroado
P.S. Escultura em pedra-sabão, cobre e folhas de ouro feitavpor Ricardo Knud Correia de Araújo.
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