Arte

Homenagem a Aleijadinho, por Carlos Bracher

A fé alucina o homem, transbordando-o a estados delirantes. Aleijadinho afigura-se como o protótipo máximo da conexão com a espiritualidade. “A miséria do homem é apenas da alma” – com estas veementes palavras escritas de seu próprio punho, ele nos dá a real extensão de sua condição espiritual. Nele, tudo é arte, tudo é fé. O poder de que era possuído advinha exatamente desse estado – nele inerente, de consciência e divindade –, inspirando-se na riquíssima mitologia cristã. Quando esculpia um Cristo estava impregnado dessa imanência transfiguradora: suas mãos, mente e coração vertiam a sensação do êxtase, que, a partir da interioridade mística, tornava-se fulgurantemente artístico.

O sentimento de sacralidade vivenciado por certos criadores faz a substância da transformação, enquanto de um outro artista, a não possuir tais componentes, vier a fazer uma peça religiosa. A diferença será simplesmente flagrante. Um dos condutos da arte é revelar-se em transcendências, nas intercessões ordenadoras dos espaços íntimos de cada artista, em sua estética. Pelas palavras, cores e sons o homem almeja as abstrações e o impossível, quando a magia o move e contagia nessa trilha existencial de expressa a grandiosidade da vida

. HOMENAGEM ALEIJADINHO, POR CARLOS BRACHER Membro da Academia Mineira de Letras
Blima Bracher

Blima Bracher é jornalista, formada pela UFMG e Engenheira Civil. Trabalhou doze anos em TV como repórter e apresentadora na Globo e Band Minas. Foi Editora da Revista Encontro e Encontro Gastrô. Escritora, cineasta e cronista premiada.

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