Sambas de enredo e história das Escolas de Samba de BH

Com samba no pé, muito amor e garra pelo Carnaval de Belo Horizonte, as escolas de samba da capital prometem encantar o público na avenida Afonso Pena durante o desfile que acontece na terça-feira, 13 de fevereiro, a partir das 19h. Este ano, os desfiles prometem ser ainda mais bonitos, uma vez que, além do aumento do investimento para as agremiações, a Belotur fará melhorias na estrutura a ser montada na avenida, com o objetivo de valorizar ainda mais os desfiles. Tudo isso para fortalecer como um todo o Carnaval de Belo Horizonte e valorizar a tradição dos sambistas, escolas de samba e blocos caricatos, reconhecendo as décadas de história e contribuição para a festa na cidade.

Evoluções

Uma das novidades para 2018 é o aumento no valor da subvenção destinada aos grupos. As escolas de samba do Grupo A recebem R$ 75 mil; as do Grupo B, R$ 37,5 mil; e os blocos caricatos, R$ 37,5 mil. Os valores representam um aumento de 50% em relação ao investimento realizado em 2017.

A estrutura na avenida Afonso Pena também receberá vários incrementos, como a pintura do asfalto na cor branca, que valoriza as fantasias e adereços, a instalação de um cronômetro visível na avenida, melhorias na estrutura de som e na iluminação do espaço e arquibancadas com mais conforto. A proposta é investir em todas as frentes para que a experiência final seja a melhor possível para quem desfila e para o público, gerando um legado para os anos seguintes.

O regulamento de 2018 também inova ao prever, desde já, a vigência a partir de 2019 de uma dinâmica de acesso e rebaixamento das escolas entre Grupo A e Grupo B, estimulando uma competição saudável que resulte na qualificação dos desfiles a cada ano. Outro aspecto importante, também previsto no regulamento, é a abertura de espaço para o surgimento de novas escolas de samba e blocos caricatos, um ingrediente com potencial para trazer inovação e renovação para o Carnaval.

O Carnaval de Belo Horizonte 2018 tem o patrocínio da Skol, parceira há cinco anos da folia na capital, e da Uber, nova incentivadora da festa na cidade.

 

 

Ordem dos desfiles:

Afoxé Bandarerê
Grêmio Recreativo Escola de Samba Bem-Te- Vi
Grêmio Recreativo Escola de Samba Estrela do Vale
Grêmio Recreativo Escola de Samba Cidade Jardim
Grêmio Recreativo Escola de Samba Acadêmicos de Venda Nova
Grêmio Recreativo Escola de Samba Imperavi de Ouros
Grêmio Recreativo Escola de Samba Canto da Alvorada


Confira a Ficha técnica das Escolas de Samba:

 

G.R.E.S. Mocidade Independente Bem-Te-Vi

Fundada em abril de 1979, a agremiação que tem como símbolo o pássaro bem-te-vi, será a primeira a entrar na avenida.

Sem desfilar desde 2016, a escola vai homenagear a cidade de Sete Lagoas, que comemora 150 anos, mostrando sua história, seus pontos turísticos e sua gente. O carnavalesco Aloiz Marinho promete muitas cores e brilho na Afonso Pena.

Enredo: Parabéns Sete Lagoas, são 150 anos. Cidade dos sete lagos encantados, cidade nascida no alto.

Samba Enredo: Gabriel Maia

Carnavalesco: Aloiz Marinho

Componentes: 220

Alas: 6

Carros Alegóricos: 1

G.R.E.S. Estrela do Vale

Fundada em 2009, a Estrela do Vale representa a região do Barreiro no Carnaval de Belo Horizonte. A escola foi o vice-campeã no Carnaval 2017.

Neste ano a escola faz uma crítica bem-humorada à situação atual do Brasil através das danças típicas. A Estrela do Vale começará o desfile contando sobre a chegada dos portugueses – e como os índios “dançaram” – e percorrerá os diversos estilos de dança do país. O último carro,‘Um Musical Chamado Brasil’, faz uma síntese de todo o enredo, mostrando a dualidade entre a alegria as dificuldades que o povo brasileiro enfrenta.

Enredo: Um Musical Chamado Brasil

Samba Enredo: Wilblener Danilo/ Igor Paulo/ Dudu Estrela do Vale

Carnavalesco: Flávio Campelo

Componentes: 380

Alas: 10

Carros Alegóricos: 4

G.R.E.S. Cidade Jardim

Em 1961, um integrante da Escola de Samba União Serrana, do Conjunto Santa Maria, criou a Escola de Samba Cidade Jardim. Uma das mais tradicionais escolas de samba de Belo Horizonte, a Cidade Jardim já faturou 20 títulos, sendo 19 consecutivos.

Em 2018, a escola traz o enredo ‘Cidade Jardim canta as flores’, criado pelo carnavalesco Paulo Balbino.

Enredo: Cidade Jardim canta as flores

Samba Enredo: Ivair Rabelo e Pirulito da Vila

Carnavalesco: Paulo Balbino

Componentes: 800

Alas: 12

Carros Alegóricos: 3

G.R.E.S. Acadêmicos de Venda Nova

Fundada em 2005 na casa da família Gonçalves, no bairro São João Batista, a escola desfila representando a criatividade da região de Venda Nova. Seus símbolos tradicionais são um pandeiro e a mitológica ave Fênix. Pentacampeã, a escola venceu cinco das últimas dez disputas, inclusive a do ano passado.

Em 2018, a Acadêmicos de Venda Nova vai celebrar o reconhecimento do conjunto arquitetônico da Pampulha como Patrimônio Cultural da Humanidade, pela Unesco. O desfile promete ser um passeio pelas atrações da orla da Lagoa da Pampulha, das obras de Niemeyer ao Mineirão, passando pelo antigo cassino e pelo zoológico.

Enredo: Sou Pampulha, sou carnaval sou patrimônio da cultura mundial

Samba Enredo: Xico Queiroz; Vinícius Mineiro, Evandro Melo

Carnavalesco: Marco Aurélio Gonçalves

Componentes: 600

Alas: 16

Carros Alegóricos: 4

G.R.E.S. Imperavi de Ouros

Da fusão dos nomes das escolas de samba Imperatriz e Bem-te-vi originou-se a Escola Imperavi de Ouros, criada no bairro Anchieta, em janeiro de 2013.

Uma das mais jovens agremiações de Belo Horizonte, ela promete pintar a Afonso Pena de verde em 2018, levando o verde das matas para a avenida. O enredo é um grito de alerta para a preservação indígena e os cuidados com a natureza.

Enredo: A tribo Imperavi canta os encantos dos mistérios da Amazônia

Samba Enredo: Carmo Antunes, Guilherme Mocidade,

Carnavalescos: Luis Carlos Novais, Sandro Sodré e Professor Rogério Rosinha

Componentes: 430

Alas: 15

Carros Alegóricos: 4

G.R.E.S. Canto da Alvorada

Durante um bate-papo sobre Carnaval, em março de 1979, foi fundada a Escola de Samba Canto da Alvorada, na sede do Clube Atlético Mineiro. De lá pra cá foram 15 títulos, o último em 2016. O nome faz alusão ao vínculo da escola ao clube, afinal, quem canta na alvorada é o galo.

Neste ano, a escola homenageia o Grupo Aruanda. “Falar do Aruanda é mais que um enredo, é uma necessidade. É um compromisso da escola de resgatar o que há de melhor na dança folclórica”, explica Maria Elisa de Moraes, diretora de Harmonia e Carnaval. Na Afonso Pena, o destaque deve ficar por conta da participação do próprio Grupo Aruanda em três momentos distintos do desfile.

Enredo: Grupo Aruanda Embaixador da Cultura Brasileira

Samba Enredo: Serginho BH

Rainha da Bateria: Natália Moreno

Carnavalesco: Diretoria de Carnaval / Maria Elisa Abreu Cruz de Morais

Componentes: 650

Alas: 17

Carros Alegóricos: 4

Samba-Enredos:

 

G.R.E.S. Mocidade Independente Bem-Te-Vi

Enredo: Parabéns Sete Lagoas são 150 anos. Cidade dos sete lagos encantados, cidade nascida no alto.

Compositor: Gabriel Maia

Parabéns pra você Sete Lagoas

Cidade nascida para o alto

A rainha do sertão

A verde e branco veio te homenagear

A Bem-te-vi

Vem trazer pro Carnaval (lara lai)

Cento e cinquenta anos de glória

Parabéns Sete Lagoas

Você… tem sete lagos encantados

E contemplando esse cenário

A sua gruta, que beleza divinal

Hoje eu quero cantar forte

Eu vou bater no peito e vibrar no Carnaval (eu vou! eu vou!) (bis)

Sou sete lagoana com muito orgulho sou de Minas Gerais

(Oh Terra!)

Terra de artistas importantes

Zacarias, e outros mais

Terra das pedras preciosas

Das esmeraldas e dos cristais

Vamos voar por aí

E ver campinas verdejantes

Os seus belos lagos azuis

As suas fábricas e siderúrgicas

Fazem de você (o que!?)

A cidade do meu coração

Laia Laia La Laia Laia

Sete Lagoas mora em nosso coração (bis)

Vamos cantar pra ela
Salve ela a rainha do sertão

 

G.R.E.S. Estrela do Vale

Enredo: Um Musical Chamado Brasil

Compositores: Wilblener Danilo/ Igor Paulo/ Dudu Estrela do Vale

Estrela do Vale a minha paixão
Azul e amarelo é o meu pavilhão
Uma linda história que o povo aplaudiu
Um musical chamado Brasil (bis)

Vem amor!
Vem amor, na avenida outra vez se encantar
Esta beleza que vem lá de Portugal
Nas caravelas de Cabral
No vira, vira, vira, vira vem dançar
E vamos todos ora pois balancear

Jaci pra Tupã dançou
E ele se encantou
Na aldeia abre a roda prá cantar
Bate o pé no chão porque a chuva vai chegar

Capoeira na Bahia vamos todos festejar
Gira baiana gira
Para cabeça para saudar seu orixá
Axé, axé, vem lá do terreiro de Umbanda e Candomblé
Axé, axé, vem lá do terreiro de Umbanda e Candomblé
Pega a sanfona a festa vai começar
Chora viola cada um pega seu par
São João, São João acende a fogueira do meu coração
São João, São João acende a fogueira do meu coração

Rock and Roll, guitarras dão o dom para embalar
E eu vou, as tardes de domingo relembrar
Vi o rei passar, no calhambeque acenar
Estando aqui, muitas emoções eu vivi

O Funk veio para modernizar
Em becos e vielas se espalhou
Se dança é arte, a vida é um show!
Quem é de sambar, sambou…!

G.R.E.S. Cidade Jardim

Enredo: Cidade Jardim canta as flores

Compositores: Ivair Rabelo e Pirulito da Vila

 

Das trevas, fez a luz
Anjos e fadas anunciam a criação
Flores enfeitam e perfumam o paraíso
Como dizia o poeta:
“Hoje o céu está tão lindo!
É a primavera! Te amo, meu amor!
“Trago essa rosa para lhe dar”
Luz do Sol, aquece e faz florir
O desabrochar de uma flor emociona, arrepia, faz delirar
Beleza na alma, pureza do amor
Suas cores enfeitam a “tela” do mundo, lindo arco-íris
Divina obra do criador
Seu perfume inebria e atrai
Zumbidos na dança da esperança (polinização)
O pólen e conduzido na leveza e no caminho do vento
Ventos que sopram na memória ancestral
Valsam as flores
O orvalho penetra e deflora a pureza da flor
Margaridas, gérberas, tulipas, bem-me-quer
Cravos, rosas, jasmim, malmequer
Orquídeas, dálias, hortênsias, enfim
Traga qualquer flor para mim…
“Não corra atrás das borboletas, plante uma flor em seu jardim e todas as borboletas viram até elas”

 

G.R.E.S. Acadêmicos de Venda Nova

Enredo: “Sou Pampulha, sou Carnaval! Patrimônio da Cultura Mundial”

Compositores: Xico Queiroz, Vinícius Mineiro, Evandro Melo

É patrimônio Cultural
Nossa Pampulha, Cartão–Postal
A venda Nova vem saudar
O orgulho de “Beaga”

Vem pro Baile
Que hoje tem festa na orla da lagoa
Sobre o seu espelho d´água
O lirismo da Pampulha Ecoa
Vejo da Roda-Gigante
Que o céu é tão grande, “Valei-me Deus!”
De peito aberto na igrejinha
Agradeço a maravilha que nos deu

Vou levar toda família
Pra conhecer os animais
Neste universo de multicores
Parque Ecológico é padrinho dos amores (bis)

Iemanjá, “Odoyá”, vou clamar todos os dias
Vem derramar nas águas doces
O seu mar de energias
E logo mais, na arquibancada é só alegria
Invade o meu peito, explode coração
Levando de uma vez a agonia
É grito de gol, meu time é vencedor
Pampulha testemunha esse amor

A venenosa vai passar, é ruim de segurar
O coração “bate nos pés”
Pra Vilarinho vou voltar, cantando sem parar
“Pampulha meu enredo nota 10” (bis)

G.R.E.S. Imperavi de Ouros

Enredo: A tribo Imperavi canta os mistérios da Amazônia

Compositores: Carmo Antunes, Guilherme Mocidade

Encantos e mistérios da floresta
Meu grito ecoa no alto do Xingu
Verdejante vem a tribo Imperavi
No canto magistral do Uirapuru

Cidade do Eldorado
Manoa de outros e cristais
Onde reina o dragão e seus guerreiros
Lago sagrado e suas lendas surreais

Chegando em Parintis
Não sei quem é mais formoso
O batuque garantido
Ou o repique caprichoso

As lendárias amazonas
E o amuleto muiraquitã
A origem do Guaraná
Vitória, régia , Jaçanã

Iara falou: o homem boto vem ai
Não vai na conversa dele
Que ele vai te seduzir
Pajés e feiticeiros louvando a cantar
Terra, fogo,  água e ar (bis)

Sou Carajás, Sou Guaranis

Camaiurá, nação Tupi

Viva Tupã, guardião guerreiro

Da Amazônia e do povo brasileiro

G.R.E.S. Canto do Alvorada

Enredo: Grupo Aruanda Embaixador da Cultura Brasileira

Compositor: Serginho BH

Voltei…

Depois de percorrer o mundo

Tecendo a teia dos nossos ancestrais

Compreendendo a vida em notas musicais

Foi um tititi deu o que falar

Ciganinha do Egito

Entrei na roda para ser seu par

Maria Bonita Lampião chamou

Foi o ponto alto meu tambor ecoou

Dança dos Orixás

Frevo maracatu boi da Paraíba

Carimbó retumbão

Cateretê, xaxado, Festa de São João

Chora viola, dança gaúcha

Vai ter festa a noite inteira

Sou embaixador da cultura brasileira

Minha emoção aruandense contagia

É folclore é popular eis a magia

Paulo César Valle gênio

Fez nascer Grupo Aruanda

Virou paixão internacional

Veio brilhar no meu Carnaval

Ó Senhora do Rosário

Dai-me sua proteção

Canto da Alvorada anuncia

Aruanda e faz a louvação

Carnaval de Belo Horizonte 2018

Nos últimos anos o Carnaval de Belo Horizonte se consolidou como um dos maiores do Brasil. De acordo com as estimativas divulgadas pelo Ministério do Turismo, a cidade é um dos destinos mais procurados, ao lado de Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Recife e Olinda. Juntas, elas devem ser responsáveis por 65% de toda a movimentação financeira no país durante o período de folia.

O Carnaval de Belo Horizonte, que acontece oficialmente do dia 27 de janeiro a 18 de fevereiro, se tornou um dos mais surpreendentes do país. Para este ano, a expectativa é de 3,6 milhões de foliões, 20% a mais que em 2017. Serão cerca de 480 blocos de rua com 550 desfiles.

Entre as novidades estão os nove palcos oficiais distribuídos entre as regionais, descentralizando ainda mais a programação na cidade. Além disso, melhorias estruturais acontecerão na Avenida Afonso Pena para o desfile das escolas de samba e blocos caricatos. Pela primeira vez na história da cidade, a avenida será pintada de branco para valorizar as fantasias e adereços, assim como acontece nos sambódromos. No local será instalado ainda um cronômetro para contar o tempo dos desfiles.

Outro aspecto importante, também previsto no regulamento, é a abertura de espaço para o surgimento de novas escolas e blocos, um ingrediente com potencial para trazer inovação e renovação para o Carnaval.

O Carnaval de Belo Horizonte 2018 tem o patrocínio da Skol, parceira há cinco anos da folia na capital, e da Uber, nova incentivadora da festa na cidade.

Foto de divulgação da Acadêmicos de Venda Nova

Com: @blimabracher #blimabracher

Blima Bracher

Blima Bracher é jornalista, formada pela UFMG e Engenheira Civil. Trabalhou doze anos em TV como repórter e apresentadora na Globo e Band Minas. Foi Editora da Revista Encontro e Encontro Gastrô. Escritora, cineasta e cronista premiada.

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