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Ouro Preto comemora Dia Internacional da Mulher Negra inspirado na líder quilombola Teresa de Benguela

No dia 25 de julho comemora-se o dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha. Para celebrar a ocasião, a Secretaria de Cultura e Patrimônio realizará no próximo dia 27 de julho, quinta-feira, na Casa da Cultura Negra do Alto da Cruz, a partir das 19h, um encontro para falar sobre “Mulheres Negras – resistência, luta, feminismo e ativismo”. As palestrantes Débora Queiroz, membro da União Brasileira de Mulheres de Ouro Preto (UBM), Márcia Valadares, presidente do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial (Compir) e do Fórum da Igualdade Racial de Ouro Preto (Firop), e Paloma Nascimento, representante do projeto Gênero e Raça, do IFMG, irão conduzir a conversa com o público. Toda a população está convidada a participar.

A lei Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha foi criada em 1992 durante a conferência da República Dominicana com o objetivo de refletir o histórico de violência que a população negra sofreu e vem sofrendo até os dias atuais devido ao racismo. Além disso, em 2014, foi decretado no Brasil o dia 25 de julho como o Dia Nacional de Teresa de Benguela e da Mulher Negra.

Sobre Teresa

Teresa de Benguela foi uma líder quilombola que viveu no estado do Mato Grosso, durante o século XVIII, considerada um símbolo da resistência negra no Brasil colonial. Foi esposa de José Piolho, que chefiava o Quilombo do Piolho (ou do Quariterê), entre o rio Guaporé (a atual fronteira entre Mato Grosso e Bolívia) e a atual cidade de Cuiabá. Com a morte de José Piolho, Teresa se tornou a rainha do quilombo, e, sob sua liderança, a comunidade negra e indígena resistiu à escravidão por duas décadas, sobrevivendo até 1770, quando o quilombo foi destruído pelas forças de Luís Pinto de Sousa Coutinho e a população (79 negros e 30 índios), morta ou aprisionada.

A rainha Teresa comandou a estrutura política, econômica e administrativa do quilombo, mantendo um sistema de defesa com armas trocadas com os brancos ou roubadas das vilas próximas. Os objetos de ferro utilizados contra a comunidade negra que lá se refugiava eram transformados em instrumento de trabalho, visto que dominavam o uso da forja. O Quilombo do Quariterê, além do parlamento e de um conselheiro para a rainha, desenvolvia agricultura de algodão e possuía teares onde se fabricavam tecidos que eram comercializados fora dos quilombos, como também os alimentos excedentes.

Blima Bracher

Blima Bracher é jornalista, formada pela UFMG e Engenheira Civil. Trabalhou doze anos em TV como repórter e apresentadora na Globo e Band Minas. Foi Editora da Revista Encontro e Encontro Gastrô. Escritora, cineasta e cronista premiada.

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