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Triunfo Barroco em Ouro Preto resgata festejo de 1733

A festa do Triunfo Barroco mobilizou grande parte da população de Ouro Preto e visitantes.  Com patrocínio da Cemig , além do apoio  Prefeitura de Ouro Preto e do Governo de Minas, os figurinos vieram da Fundação Clovis Salgado, além de irmandades de Ouro Preto, grupos de Congado, de dança, Folclóricos e Escolas de Samba. Cerca de 40 mil pessoas entre participantes, comunidade e turistas deram grandiosidade ao evento que aconteceu pela primeira vez em 1733, marcando o traslado do Santíssimo Sacramento da Igreja do Rosário  para a Matriz do Pilar, hoje Basílica.   O presidente da Cemig, Reynalno Passanezy Filho disse que a intenção “é investir na mineiridade”. Angelo Oswaldo, o prefeito falou da importância histórica da festa:  “que reúne componentes religiosos e profanos lembrando as grandes coroações de reis.” A missa que antecedeu o cortejo teve tradução para a linguagem dos surdos e teve participação da Orquestra Jovem de Ouro Preto  e do Coral Francisco Gomes da Rocha.

O Cortejo descrito na época como “um dos eventos sociais mais exuberantes da América Portuguesa”, o Triunfo Eucarístico foi revivido depois de 290 anos. A grande festa que aconteceu no sábado, 22 de julho, fez parte das atrações do Festival de Inverno de Ouro Preto e reencenou a celebração que reuniu as maiores personalidades da coroa portuguesa e do Brasil colônia. O intuito original do eventto é ser um grande cortejo para mostrar a sociedade e o triunfo do ouro abundante no período mais triunfal da mineração.

Transcendendo o status de estilo de arte, e sendo considerado um estilo de vida, o barroco mineiro talvez tenha tido um dos momentos mais marcantes de sua história no Triunfo Eucarístico. Para a realização da cerimônia nos tempos atuais, muitas tradições precisaram ser revisadas e ressignificadas, com intuito de acompanhar os costumes modernos dos dias atuais.

As roupas, emprestadas pelo Palácio das Artes / Fundação Clóvis Salgado, foram criadas pelo cenógrafo, arquiteto e figurinista mineiro Raul Belém Machado (1942-2012), para a edição do Triunfo Eucarístico de 1993. Antes disso, havia sido encenado em 1983, sob o comando do saudoso Padre Simões e, posteriormente, em 2006 e 2011, nos mandatos do prefeito Angelo Oswaldo.

O Triunfo Barroco saiu da Igreja de Nossa Senhora do Rosário aproximadamente às 18h e percorreu as ruas até a Basílica do Pilar, como foi em 1733.

O Cortejo:

  • A luta entre Cristãos e Mouros – Representada pela Cavalhada de Amarantina, com mais de dois séculos de história;
  • São Jorge e o Dragão – O eterno embate entre as forças do bem contra o mal;
  • Fartura do Ouro – Representação da riqueza que fez surgir a nova e próspera organização das Minas;
  • Eucharistia in Translatione Victrix – Eucaristia vitoriosa na translação da Igreja do Rosário e a sua condução triunfal até a Igreja do Pilar;
  • Romeiros – Representa as caminhadas de fé realizadas pelos filhos de Deus;
  • Os Quatro Ventos – Representa os ventos Norte, Sul, Leste e Oeste, que promove encontros e desencontros entre lugares distantes;
  • As Quatro Estações – Representa o passar do tempo dos homens sobre a terra;
  • Ouro Preto – Personagem representando Ouro Preto, bairro de Vila Rica onde estava situada a Nova Matriz do Pilar, para onde se dirigia o cortejo;
  • A Mãe do Ouro – Guardiã dos tesouros das montanhas e dos rios;
  • Corpos Celestes – Acreditava-se que estes seres da natureza eram objetos da influência de demônios e anjos;
  • A Fama – Trata-se de uma alegoria entendida como o anúncio de algo que acontece ou está para acontecer;
  • O séquito de Ouro Preto – Representa o desfile de personalidades da cidade, uma breve retrospectiva que inclui figuras dos séculos XX, XIX e XVIII;
  • A Nova Matriz – Representa a nova Matriz construída. Traz em latim as inscrições “Esta é a Casa do Senhor firmemente edificada” e “Eu dileto aos meus àqueles a mim convertidos”;
  • As Virtudes: Fé, Esperança, Caridade, Prudência, Temperança, Fortaleza e Justiça;
  • As Irmandades e Ordens Terceiras– Composta por cidadãos que entendem o valor da História, da Religiosidade e da Cultura Popular, estão presentes em Ouro Preto desde o seu descobrimento;
  • O Séquito Clerical – representa a fé, a religiosidade e também a memória do Padre Simões, que nos ensinou a celebrar juntos reconstituindo a festa do Triunfo Eucarístico. Fotos de http://@blimabracher  e da @prehttp://@prefeituraouropreto

Com Blima Bracher blimabracher

Blima Bracher

Blima Bracher é jornalista, formada pela UFMG e Engenheira Civil. Trabalhou doze anos em TV como repórter e apresentadora na Globo e Band Minas. Foi Editora da Revista Encontro e Encontro Gastrô. Escritora, cineasta e cronista premiada.

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