Prefeitura de Ouro Preto faz alerta sobre febre maculosa - Blima Bracher
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Prefeitura de Ouro Preto faz alerta sobre febre maculosa

A Prefeitura Municipal de Ouro Preto alerta e orienta a população sobre a febre maculosa, doença febril infecciosa, de gravidade variável, transmitida pela picada do carrapato infectado com a bactéria Rickettsia.

Apesar de o município não apresentar até o presente momento registros positivos de febre maculosa, a Vigilância em Saúde reforça que desempenha um papel ativo na monitorização e controle das doenças transmitidas por animais no âmbito municipal e, quando necessário, adota medidas preventivas e corretivas.

Como ocorre a contaminação

A febre maculosa é adquirida pela picada do carrapato infectado com a bactéria Rickettsia e a transmissão, geralmente, ocorre quando o carrapato permanece em contato com a pele da pessoa por um período de 4 a 6 horas. A doença não é transmitida de pessoa a pessoa e tem um período de incubação de 2 a 14 dias.

Quais os sintomas?

A doença pode demorar até duas semanas para se manifestar após o contato inicial. Os principais sintomas são:

  • Febre elevada;
  • Dor de cabeça e dor muscular intensa e/ou prostração;
  • Inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés;

O tratamento precoce é essencial para evitar formas mais graves da doença.

Como está a incidência de febre maculosa na região?

Em Ouro Preto, não houve nenhum caso confirmado de febre maculosa nos últimos 10 anos.

Como prevenir?

O Ministério da Saúde recomenda a adoção de algumas medidas para evitar a doença, principalmente, em locais onde há exposição a carrapatos:

Use roupas claras para ajudar a identificar o carrapato;

Use calças, botas e blusas com mangas compridas ao caminhar em áreas arborizadas e gramadas;

Evite andar em locais com grama ou vegetação alta;

Use repelentes que possuem proteção contra carrapatos;

Realize o controle com antiparasitário nos animais domésticos;

Retire os carrapatos (caso sejam encontrados no corpo), preferencialmente com auxílio de uma pinça (de sobrancelhas ou pinça cirúrgica auxiliar);

Não esmague o carrapato com as unhas, pois ele pode liberar bactérias e contaminar partes do corpo com lesões;

Quanto mais rápido retirar os carrapatos do corpo, menor será o risco de contrair a doença.

O que fazer em casos de sintomas?

No caso de apresentar sintomas leves, como febre de início súbito, cefaleia, mialgia e histórico de picada de carrapatos e/ou contato com animais domésticos e/ou silvestres e/ou ter frequentado áreas sabidamente de transmissão de febre maculosa nos últimos 15 dias, a pessoa pode procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) de referência. No entanto, se os sintomas se tornarem mais severos, com um mal-estar intenso, é imprescindível buscar imediatamente atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) ou outro serviço de Atendimento de Urgência.

É importante ressaltar que, ao suspeitar de febre maculosa, o tratamento adequado será iniciado imediatamente pelo médico e o caso será notificado à Vigilância Epidemiológica, que entrará em contato para acompanhamento.

Quanto à prevenção, para se proteger e facilitar a detecção de carrapatos e micuins, é altamente recomendado que as pessoas usem calças e camisas compridas e claras ao adentrarem em áreas de mata ou grama alta, preferencialmente, usando botas. A parte inferior da calça deve ser colocada dentro das botas e selada com fitas adesivas. Se possível, evite caminhar em locais conhecidos por serem infestados por carrapatos e, a cada duas horas, verifique se há algum desses parasitas fixados em seu corpo. Quanto mais rápido o carrapato for removido, menor será o risco de infecção.

Ao retirar um carrapato, evite esmagá-lo com as unhas, pois isso pode liberar as bactérias presentes nele, que têm capacidade de penetrar através de pequenas lesões na pele. Além disso, não tente forçar a soltura do carrapato utilizando agulhas ou palitos de fósforo quentes.

Recolhimento de animais em vias públicas

No que diz respeito ao recolhimento de animais em vias públicas, a atribuição da Unidade de Vigilância de Zoonoses se concentra, principalmente, no controle da população de animais que apresentam risco à saúde humana devido à transmissão de zoonoses, sendo de competência do CATA (Centro de Acolhimento Transitório e Adoção) atendimentos a animais de pequeno porte, como cães e gatos, conforme regulamenta o Decreto n°6.964 de 11 de maio de 2023.

Conforme o Código de Posturas do Município, a apreensão de animais vivos de médio e grande porte está sob a responsabilidade dos departamentos Ourotran e Guarda Civil Municipal. Como não há no Município, até o momento, indícios de zoonoses atribuídas a cavalos, a Vigilância em Zoonoses entende que a atribuição do recolhimento dos animais é de competência do departamento responsável por vias públicas e trânsito de Ouro Preto. No entanto, ressalta-se que, caso haja suspeita de qualquer zoonose, estará apta para realizar a avaliação do animal e tomar as medidas cabíveis.

Monitoramento e controle ambiental: É de competência dos proprietários dos lotes e estabelecimentos realizar ações de manejo ambiental, como a limpeza e remoção de detritos (folhas secas, galhos) que possam atrair carrapatos. Além disso, limitar o acesso de animais, como cavalos, vacas, capivaras e etc, que podem trazer carrapatos para as áreas de convívio. Isso pode ser feito por meio de barreiras físicas, como cercas por exemplo.

Uso de equipamentos de proteção individual (EPIs): Ao ir a campo ou em locais que possam ter incidência de carrapatos, deve-se utilizar roupas de mangas longas, calças compridas, sapatos fechados e chapéus ao adentrar a essas áreas.

Uso de repelentes: Deve-se estimular o uso de repelentes de insetos adequados, seguindo as instruções do fabricante, para reduzir as chances de picadas de carrapatos.

Inspeção pessoal: Após passar algum tempo em áreas infestadas por carrapatos, incentivar a verificação minuciosa do corpo, incluindo áreas de dobra da pele, como axilas, virilhas e atrás das orelhas. Caso seja identificada a presença de carrapatos, orientar sobre a forma correta de removê-los.

Controle de animais domésticos: Donos de animais de estimação devem realizar a prevenção e controle de carrapatos em seus pets, por meio de consultas regulares com médicos veterinários, uso de produtos específicos e adoção de medidas preventivas, como evitar o acesso às áreas infestadas.

Aplicação de Carrapaticidas: Carrapaticidas podem ser adquiridos em casas de agropecuária e, na diluição correta e utilizando-se EPIs adequados, pode ser aplicada nas áreas com maior infestação do aracnídeo.

Texto: Júlia Adrielle / Revisão: Victor Stutz

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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