Em Ouro Preto

PMOP pede desarquivamento do processo Saneouro junto ao MP

Uma semana após a empresa Saneouro emitir comunicado sobre o início da cobrança pelo consumo de água e coleta de esgoto, a Fundação das Associações de Moradores de Ouro Preto (FAMOP) decidiu, em Assembleia Popular ocorrida na tarde dessa segunda-feira (10), que os cidadãos ouropretanos não deverão pagar suas faturas. A ação, definida como “um ato de desobediência civil”, vem como resposta aos altos valores das contas que começaram a chegar às casas dos munícipes na semana passada, referentes ao consumo do mês de setembro.Na presença de representantes de coletivos, movimentos sociais e, partidos políticos, a Federação discutiu as altas tarifas praticadas pela concessionária, concluindo que tornam inviável o pagamento por parte majoritária da população. Durante a reunião, membros da FAMOP relembraram aos presentes que a retirada da Saneouro e a anulação do contrato de concessão foi uma das promessas de campanha do então candidato à prefeitura, Ângelo Oswaldo (PV), no decorrer de 2020.

Por meio de ofício, a FAMOP pede à Prefeitura a suspensão, por decreto, da cobrança das faturas de água com vencimento no mês de outubro, e a proposição de uma “mesa de negociação para, em um primeiro momento, reduzir o valor cobrado pela Saneouro e, num prazo de 6 meses, efetuar a transição para a retomada pelo Município do serviço hoje privatizado“. De acordo com o documento, o Executivo ignorou diversas propostas jurídicas e administrativas colocadas pelo Grupo de Trabalho, nomeado pela própria Prefeitura, que apresentava alternativas possíveis aos serviços oferecidos pela concessionária.

Com faixas pedindo a remunicipalização do serviço e gritos de “Fora Seneouro!”, a população caminhou rumo à sede do executivo para a entrega do ofício. Entretanto, devido à ausência do prefeito no local, os membros da FAMOP decidiram retornar à Prefeitura em outro momento para fazer a entrega do documento a Angelo Oswaldo.

de questões relativas ao processo licitatório. Ângelo afirmou que o Contrato de Concessão pode ser enquadrado como irregular caso as recomendações do TCE não tenham sido cumpridas.

À reportagem da Agência Primaz, o vereador e relator da CPI ocorrida em 2021, Renato Zoroastro (MDB), comentou sobre como a revolta da população sobre as taxas cobradas pela Saneouro refletem o não cumprimento da recomendação do Tribunal de Contas e sobre a empresa “não levar em consideração a capacidade de pagamento dos munícipes“.

Prefeitura pede ao MP o desarquivamento do inquérito

Como noticiado pela Primaz, o vereador Matheus Pacheco afirmou que a Câmara Municipal de Ouro Preto está organizando a entrada de recurso frente aos dois inquéritos arquivados pelo Ministério Público, no último dia 20. Em Plenário, vereadores disseram não concordar com a decisão, uma vez que os documentos enviados ao órgão, como o próprio Relatório Final da CPI, apontaram para uma série de irregularidades. Segundo o MP, o edital de licitação apresentava “vícios” que podem ser solucionados através de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC).

Horas depois do posicionamento da Câmara e da decisão da Casa pelo trancamento das pautas encaminhadas pelo Executivo, a Prefeitura comunicou ter entrado com o pedido de desarquivamento do processo junto ao Ministério Público. Outra medida apresentada foi o encaminhamento, ao Conselho Municipal de Saneamento de Ouro Preto (COMUSA), das discrepâncias apontadas pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, “entre o estabelecido na Lei Federal nº 11.445/2007 que estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico e suas atualizações previstas na Lei Federal nº 14.026/2020 e o edital/contrato da concessão”.

Na mesma nota, a Prefeitura listou os feitos da gestão para diminuir o impacto gerado pela Saneouro, como o impedimento de cobrança pela Saneouro antes dos 90% de hidrometração terem sido atingidos, e “a negociação e ampliação do alcance da tarifa social”, estendido a “todas as pessoas que preenchem os requisitos sociais, sem limite numérico”.

Blima Bracher

Blima Bracher é jornalista, formada pela UFMG e Engenheira Civil. Trabalhou doze anos em TV como repórter e apresentadora na Globo e Band Minas. Foi Editora da Revista Encontro e Encontro Gastrô. Escritora, cineasta e cronista premiada.

Posts Recentes

Distritos de Ouro Preto recebem Campanha de Popularização do Teatro

Imagem: Ane Souz Escolas municipais dos distritos de Amarantina, Rodrigo Silva, Cachoeira do Campo e…

15 de maio de 2024

Dom Edmar celebra primeira missa como Bispo

No último domingo, 12 de maio, ocorreu a primeira Missa do Monsenhor Edmar, após sua…

14 de maio de 2024

Entre 24 e 26/5 Ouro Preto recebe 3• Edição do Festival de Popularização do Teatro

Ouro Preto recebe, entre 24 e 26 de maio, a terceira edição do Festival de…

13 de maio de 2024

Confira as ótimas opções para o seu fim de semana em Ouro Preto

Olá! Chegou a sua *agenda cultural* da semana. Acesse nossos canais oficiais e fique por…

10 de maio de 2024

Carlos Bracher recebe titulo de Cidadão Honorário de Belo Horizonte

Em solenidade seguida de coquetel na Câmara Municipal de Belo Horizonte, o Presidente, vereador Gabriel…

8 de maio de 2024

Alunos de escolas públicas de Ouro Preto visitam ETA Itabirito

Imagem: Bernardo Marotta A Prefeitura de Ouro Preto, por meio do Programa Jovens Mineiros Sustentáveis,…

3 de maio de 2024

Thank you for trying AMP!

We have no ad to show to you!