Pedro Correia de Araújo: da École de Paris ao modernismo brasileiro - Blima Bracher
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Pedro Correia de Araújo: da École de Paris ao modernismo brasileiro

Pedro Luiz Correia de Araújo

Curso com Rafael Betshe: Datas: 21, 28 de maio, 04, 11 de junho de 2021. Horário: das 19h às 21h por videoconferência

Público: interessados em geral

Duração: 04 encontros

Curso completo: R$ 320 em até 2 parcelas

O presente curso trata da vida e obra do pintor Pedro Luiz Correia de Araújo (1881-1955) em dois âmbitos: a ciência da forma, o que engloba a presença da geometria na arte moderna, e o nacionalismo na construção da imagética brasileira, com sua relação com a arte indígena e afro-brasileira.

O conteúdo do curso é resultado da pesquisa de tese realizada pelo Prof. Rafael Bteshe, que conta com escritos de artistas, entrevistas e documentos inéditos presentes em acervos do Brasil e da França.

Pedro Correia de Araújo foi um dos primeiros artistas brasileiros a integrar a chamada École de Paris, no período de 1910 a 1929, onde fundou a Académie Araújo. Integrou os círculos de debate sobre a Arte Moderna junto a Maurice Denis (1870-1943), Amedeo Modigliani (1884-1920), Diego Rivera (1886-1957), Henri Matisse (1869-1954), entre outros. No Rio de Janeiro, de 1931 a 1955, Araújo atuou ao lado de Portinari (1903-1962), Guignard (1896-1962) e Cícero Dias (1907-2003), logo se tornando um dos representantes da Arte Moderna no Brasil. Além da produção artística, teve participação ativa na organização do SPHAN, e escreveu dezenas de artigos no jornal Correio da Manhã. Na década de 1950, o artista esteve diretamente ligado ao MAM-Rio, realizando exposições e ministrando palestras.

Remontar à obra de Araújo, artística e teórica, significa reconstruir a própria história da Arte Moderna na França e no Brasil, preenchendo muitas das lacunas existentes.

Programação

Aula 1| (21/05) A formação do artista

A primeira aula do curso abordará a formação de Pedro Correia de Araújo na França, ao lado de pintores do grupo Les Nabis, do cubismo e do retorno à ordem. Nesse contexto, analisaremos o olhar dos artistas modernos sobre os problemas da forma e da composição pictórica.

Aula 2 | (28/05) A Escola de Paris

A segunda aula abordará a atuação de Araújo na França, enquanto um dos primeiros pintores brasileiros a integrar a École de Paris. Nesse período, o artista participou das reuniões de pauta da Revista La Douce France, expos trabalhos por dois anos consecutivos no Salon D’Automne, além de trabalhar como professor. Em 1918, desligou-se da Académie Ranson e fundou a Académie Araújo, na mesma região, em Montparnasse, onde estudaram Roger Chastel (1897-1981), Jean Dubuffet (1901-1985), dentre outros artistas de diversas nacionalidades. Naquele período, passou a frequentar os encontros da vanguarda parisiense e a conviver com artistas da École de Paris, como Amedeo Modigliani, Diego Rivera e Henri Matisse, com quem continuou trocando cartas até a década de 1940.

Aula 3 | (04/06) O (re)descobrimento do Brasil

A terceira aula abordará o retorno definitivo de Araújo ao Brasil e o movimento de construção da arte nacional brasileira, na procura incessante pelo que é característico dessas terras: na flora, na fauna, no povo e seus mitos. Araújo é parte dos primeiros movimentos de reconhecimento, resgate e preservação das culturas indígenas e afro-brasileiras no século XX. Nesse contexto, as artes decorativas e o movimento internacional de geometrização da forma harmonizava-se com a síntese gráfica de abstração presente na milenar arte marajoara, reverberando na pintura, na arquitetura, no teatro, na cenografia e no design de objetos.

Aula 4 | (11/06) Entre a ciência da forma e os caracteres nacionais

A última aula será voltada para a análise da poética de Pedro Correia de Araújo, trazendo à tona uma questão fundamental para a arte que se solidificou no início do século XX: a relação entre a matemática e a estética. Para Araújo, a “estrutura pitagórica” aplicada à arte seria o elo entre os seres do mundo e o Cosmos. O número, o verbo a lógica, a razão, a essência de todas as coisas.

Rafael Bteshe é Doutor e Mestre em História e Crítica da Arte pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, com PDSE/CAPES realizado na Université de Bourgogne, França. É autor da tese Pedro Luiz Correia de Araújo (1881-1955): entre a ciência da forma e os caracteres brasileiros (2019). É artista visual e Professor Substituto de Pintura da Escola de Belas Artes da UFRJ. Em 2020, realizou residência artística na Academia de Belas Artes de São Petersburgo, Rússia, com bolsa do projeto Innopraktika and Russian Seasons.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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