Em Ouro Preto

Ouro Preto reforça compromisso com Patrimônio Cultural

No dia 17 de agosto, é celebrado o Dia Nacional do Patrimônio Cultural, Ouro Preto é símbolo desse compromisso: foi uma das primeiras cidades tombadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 1938, e tornou-se, em 1980, a primeira cidade brasileira a receber da Unesco o título de Patrimônio Cultural da Humanidade. O reconhecimento internacional deve-se principalmente ao fato de a cidade manter, de forma quase intacta, seu conjunto urbano original, formado no período minerador, com forte presença do poder religioso e civil, além de expressões artísticas de relevância internacional.

A preservação desse patrimônio em Ouro Preto envolve ações voltadas tanto para bens materiais, como igrejas, casarões e espaços históricos, quanto para bens imateriais, como festas tradicionais, ofícios e saberes. A Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, por meio da Diretoria de Pesquisa e Difusão do Patrimônio Cultural (Propat) e do Departamento de Projetos Especiais (Proesp), é responsável por coordenar e executar medidas de conservação, restauração, promoção e salvaguarda, garantindo que a riqueza cultural da cidade seja protegida e respeitada.

No campo do patrimônio imaterial, 2025 marcou a conclusão do processo de registro do Jubileu de Nossa Senhora da Lapa, em Antônio Pereira, como patrimônio imaterial do município. Esse reconhecimento garante uma série de ações de proteção e valorização da celebração, uma das romarias mais antigas de Minas Gerais. Estão em andamento também processos para o registro do ofício de artesanato em pedra-sabão em Santa Rita de Ouro Preto e estudos para a inclusão das corporações musicais de Ouro Preto na lista de bens protegidos. Atualmente, o município acompanha de forma contínua sete bens já registrados, realizando pesquisas, ações de difusão, promoção e atividades de valorização.

Entre eles, destaca-se o ofício das bordadeiras e rendeiras de Ouro Preto, que, em 2025, tem sido objeto de importantes ações de salvaguarda, como a realização de um fórum de escuta para discutir as demandas das artesãs, além do cadastramento das detentoras para a criação de um banco de dados e a elaboração de um selo de identidade visual. Outro destaque é a Celebração do Divino Espírito Santo de São Bartolomeu, que, em 2024, completou 10 anos como patrimônio imaterial e será retratada em um documentário que registra as transformações e as ações de preservação desde o reconhecimento.

Já no patrimônio material, a Prefeitura de Ouro Preto atua na restauração da Igreja de Bom Jesus de Matosinhos, no bairro Cabeças; na restauração da casa da Rua Santa Efigênia, nº 199, no bairro Antônio Dias; e na restauração do Casarão João Veloso, no Centro Histórico, que será a futura sede do Arquivo Público Municipal.

As equipes também estão desenvolvendo o Projeto de Restauração das igrejas da Mercês e Misericórdia, São Francisco de Paula, além das capelas de Santana; Capela da Piedade; Capela de São Sebastião; e Capela de São João, a mais antiga de Ouro Preto. Também estão em fase de contratação as obras de drenagem e contenção da Capela do Padre Faria, uma das mais antigas da cidade, e a restauração da Casa dos Inconfidentes, casarão colonial que abriga o museu de mesmo nome. Essas intervenções são custeadas por recursos próprios do município, pelo Fundo Municipal de Cultura (FUNPATRI) e por programas como o Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC Cidades Históricas, do Governo Federal.

Blima Bracher

Blima Bracher é jornalista, formada pela UFMG e Engenheira Civil. Trabalhou doze anos em TV como repórter e apresentadora na Globo e Band Minas. Foi Editora da Revista Encontro e Encontro Gastrô. Escritora, cineasta e cronista premiada.

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