"Não seremos apenas enfeite": brada Conceição Evaristo, primeira mulher negra da Academia Mineira de Letras - Blima Bracher
Blima Bracher

“Não seremos apenas enfeite”: brada Conceição Evaristo, primeira mulher negra da Academia Mineira de Letras

” Não seremos apenas enfeite” , bradou Conceição Evaristo, a primeira mulher negra , ao tomar posse na Academia Mineira de Letras. Aplaudida de pé, por uma plateia que incluía membros da AML, autoridades dos poderes público e judiciário, familiares da nova imortal, representantes de movimentos negros, quilombolas e mobimentos indígenas, o discurso de Conceição foi direto e emotivo. ” Hoje entro nesta casa, de Henriqueta Lisboa, onde minha mãe trabalhou como doméstica, como uma pessoa para debater ideias com meus colegas de Academia”. O também imortal Ailton Krenak ( recém-eleito para a Academia Brasileira de Letras) estava na primeira fila. Conceição recebeu dele a insígnia da AML e disse o tinha como irmão. Na primeira fila estavam is Acadêmicos Carlos Bracher, Angelo Oswaldo e Patrus Ananias com J.D. Vital, que também foi convidado ao palco.
” Alguma coisa há pra se arrumar na sociedade brasileira, para que não seja mais uma exceção uma mulher negra chegar na Academia Mineira de Letras, ou em outras academias”, disse Conceição Evaristo nasceu na favela do Pindura. Ela nasceu na favela Pendura- Saia, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, em 1946.
A primeira publicação da ficcionista, ensaísta e poetisa foi lançada em 1990 na série Cadernos Negros, antologia coordenada pelo grupo Quilombhoje.

É também autora de Ponciá Vicêncio (Ed. Pallas); Becos da Memória (Ed. Pallas); Poemas da Recordação e Outros movimentos (Ed. Malê); Insubmissas Lágrimas de Mulheres: contos (Ed. Malê); Olhos d’água (Ed.Pallas); História de Leves Enganos e Parecenças (Ed.Malê); Canção para Ninar Menino Grande (Ed.Pallas) e Macabéa: flor de Mulungu (Ed.Oficina Raquel). Já foi traduzida para o inglês, francês, árabe, espanhol, eslovaco e italiano.

Aos 77 anos, Conceição Evaristo recebeu diversos prêmios ao longo da carreira. Em 2019, foi a grande homenageada do 61° Prêmio Jabuti como personalidade literária. Em 2023, foi agraciada com o Prêmio Juca Pato de Intelectual do Ano. Ela ocupa a cadeira de número 40, que já
foi ocupada por Maria José de Queiroz, Afonso Pena Jr.foi fundada por Pinto de Mourão e tem como patrono o Visconde de Caete. A sessão foi conduzida pelo Presidente Jacynto Lins Brandão. Conceição Evaristo recebeu o diploma das mãos do ex-presidente da AML , o imortal Rogério Faria Tavares. COM Blima Bracher Texto e Fotos Blima Bracher

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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