O Grupo de Estudo do Simbólico e Técnico da Olaria (GESTO), a Comunidade Indígena Borum-Kren de Ouro Preto e a Diretoria de Igualdade Racial promoveram a Oficina de Cerâmica Arqueológica, evento realizado em parceria com o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) de Cachoeira do Campo, na sexta-feira, 10 de março, no Clube da Terceira Idade Estrela do Oriente.
A proposta de realizar a oficina em Ouro Preto surgiu há um ano, após uma visita guiada de crianças ouro-pretanas ao Museu de História Natural e ao Jardim Botânico da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e houve a necessidade de despertar e resgatar a cultura indígena na comunidade. Em seguida, o projeto foi elaborado para contemplar toda a cadeia operatória da produção da cerâmica que, na primeira etapa, inclui a coleta de argila, confecção e secagem de peças.
“Tem um trabalho a ser feito, já que são séculos de negação da população indígena, e precisamos trazer dados científicos, historiográficos e arqueológicos para a retomada dessa identidade”, afirma a professora do Departamento de Antropologia e Arqueologia da UFMG, Lílian Peanachuk.
A coordenadora do CRAS de Cachoeira do Campo, e membro da liderança Borum-Kren, Pietra Felício, destaca que é preciso reconhecer nossas origens: “Somos um país miscigenado, eu sou mulher negra e me declaro afro-indígena, devido aos meus ancestrais. Portanto, tenho o meu lugar na sociedade”. Segundo ela, estudar e reconhecer a cultura indígena agrega valores na vida dos brasileiros.
Na ocasião, uma variedade de objetos da cultura indígena foram apresentados, como flechas, instrumentos musicais, instrumentos de caça e defesa, material arqueológico, além de plantas como o urucum e jenipapo, que são utilizados na produção de cores e na pintura corporal. Na ocasião, também foi servido um almoço com cardápio inspirado na cultura indígena. No final, houve uma apresentação musical realizada por Raquel Keko Pataxó, indígena e professora do curso de Serviço Social da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP).
Cerca de 40 pessoas participaram da oficina, que contou com a presença de integrantes da comunidade indígena Borum Kren, Pataxó da Bahia e Kaxixó de Minas. A diretora de Proteção Social Básica, Rigeli Mapa, e a coordenadora da Vigilância Socioassistencial, Cláudia Martinha, representaram a Secretaria de Desenvolvimento Social.
Sérgley de Matos Neves, que participou pela primeira vez da oficina, considerou a experiência positiva: “Temos relatos do uso dessa cerâmica aqui em Ouro Preto e aprendemos a forma como os nossos ancestrais faziam”.
A próxima e última etapa do trabalho será a queima dos objetos de cerâmica, que acontecerá no sábado, dia 22 de abril, em local ainda a ser definido e organizado pelo cacique Danilo Borum-Kren, líder do Coletivo Borum-Kren, grupo indígena de Botocudos da Região dos Inconfidentes em Minas Gerais.
Texto: Juliana Rodrigues / Revisão: Victor Stutz
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