Foram mais de 100 casas atingidas e 30 famílias removidas da área de risco pelas equipes da Defesa Social e Secretaria de Obras do Município
“Foi tudo muito rápido. Foram 10 minutos para tirar o que dava. Foi o tempo de sair da minha casa, pegar meu carro e tirar meu pai, que é cadeirante, da dele. Em seguida, o telhado desabou”. O morador Leandro Rodrigues resume em poucas palavras o que aconteceu na tarde de ontem, 18, em Amarantina. Por volta das quatro horas, uma chuva atípica, de aproximadamente 200 mm, atingiu os distritos de Antônio Pereira, Rodrigo Silva, Miguel Burnier, subdistrito do Mota, Cachoeira do Campo, Santo Antônio do Leite e Amarantina, sendo esse último um dos mais devastados. Imediatamente a Secretaria de Defesa Social do Município foi até o local para dar os primeiros socorros aos moradores, com o apoio da equipe da Secretaria de Obras, do Corpo de Bombeiros e Polícia Militar. O efetivo da Prefeitura de Ouro Preto passou a madrugada no distrito acompanhando a situação e dando suporte às famílias.
“A equipe da Prefeitura nos atendeu e já estão encaminhando uma moradia para meu pai até ver o que vai ser feito depois”, conta Leandro. Os primeiros atendimentos contaram também com apoio das Defesas Civis de Itabirito e Mariana e de empresas locais, como Ferro Puro e Pedreira Irmãos Machado. A Secretaria de Desenvolvimento Social, Habitação e Cidadania mobilizou seu pessoal para acolhimento das famílias, recebimento de doações e cadastro dos moradores atingidos para providenciar o que fosse necessário no momento.
De acordo com as informações da Defesa Civil, a enchente atingiu cerca de 100 casas. Trinta famílias foram removidas das áreas de risco e abrigadas em casa de familiares próximos ou na Escola Major Raimundo Felicíssimo. “Não tive tempo de nada, só tirar o carro da garagem e conseguir pegar meus documentos pessoais; os móveis, os papéis da casa, eu perdi tudo. Quando vi, estava entrando água pela frente e pelos fundos, um metro e meio de água dentro de casa. Eu, meu marido e meus quatro filhos pulamos o muro para a casa da minha sobrinha até conseguir sair para o campo. Tô arrasada, perdemos tudo, mas a saúde está bem”, conta Iêda Rodrigues, moradora da Rua Olaria.
Agora os trabalhos estão concentrados na limpeza das ruas e casas, mapeamento dos danos causados nas residências e suporte aos atingidos. A rede de apoio da comunidade tem sido fundamental para que esse trabalho seja feito de forma mais ágil e para que as pessoas possam retirar ou salvar algum pertence de suas casas.
O prefeito Angelo Oswaldo ressalta o trabalho do efetivo da Prefeitura. “É importante toda essa mobilização que já está sendo bem coordenada pelas equipes da Defesa Civil da Prefeitura de Ouro Preto, das nossas secretarias de Obras, Desenvolvimento Social e com essa rede de solidariedade que envolve os municípios vizinhos, as empresas, a comunidade e a Igreja. Agora é superar os obstáculos, limpar, organizar tudo e reconstruir o que for possível e também adotar um plano estratégico em relação àquelas casas que foram construídas quase que no nível do Rio Maracujá”.
Ações realizadas
O secretário de Obras, Antônio Simões, fala sobre a ação da equipe no distrito. “Ontem foi feita a remoção das pessoas que ficaram ilhadas nas suas casas e a escola municipal foi preparada para receber as pessoas desabrigadas. Fizemos catalogação dos moradores que perderam seus bens e parte de limpeza para acesso em alguns pontos. Hoje iniciamos os trabalhos com a liberação das vias nas estradas vicinais, que tiveram seu acesso interrompido devido ao desabamento de árvores, limpeza com caminhão pipa, remoção de entulhos do que se foi perdido nas casas com maquinário próprio e com apoio das empresas locais”.
Juscelino Gonçalves, secretário de Defesa Social, pontua a ação da equipe neste momento. “Estamos quantificando os danos materiais e estruturais, passando de casa em casa, pois foram mais de 100 residências atingidas, e fazendo o levantamento do número de pessoas, suas comorbidades e necessidades. A Secretaria de Saúde disponibilizou uma equipe de infectologistas para atender às pessoas que tiveram contato com a água de forma que eles passem por um protocolo sanitário para evitar a contaminação por alguma doença”. O secretário ainda informa que “está sendo avaliado um decreto de calamidade pública em virtude dos danos causados no distrito, até mesmo para que as pessoas atingidas possam acessar recursos junto aos Governo Estadual e Federal”.
Tanto o trabalho da limpeza, quanto as doações receberam apoio de diversas empresas que atuam na região, como mineradora Ferro Puro, Pedreira Irmãos Machado, Quantum Engenharia, Construtora Freire e Freire, Germec, GSA Alimentos, Água Mineral Florença e microempreendedoras locais.
Seja solidário!
Edvaldo Rocha, secretário de Desenvolvimento Social, Habitação e Cidadania, reforça a importância da doação nesse momento. “Estamos trabalhando juntos em prol de cuidar da minimização dos impactos causados por essa enchente e já acionamos psicólogos e assistentes sociais para dar suporte e cadastrar as pessoas atingidas. Nossa equipe está na escola recebendo doações, a comunidade está bastante mobilizada e temos conseguindo muitos donativos. Trouxemos cestas básicas, material de limpeza, mas pedimos a todos que ajudem, cada contribuição será de grande importância”.
Diversas campanhas de doações já foram iniciadas e a Escola Municipal Major Raimundo Felicíssimo é um dos pontos de recebimento das doações. Também há coletas de donativos no CAIC, em Cachoeira do Campo, na Casa de Gonzaga, onde está localizada a Secretaria de Turismo, Indústria e Comércio de Ouro Preto, no Fórum de Ouro Preto, e doação via PIX, no número 31985914602, em nome da Sandra Aparecida da Silva.
Seja solidário ao distrito de Amarantina e aos demais que foram assolados com as fortes chuvas!
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