Imagem: Fabíola Moreira
As leishmanioses são doenças infecciosas não contagiosas causadas pelos protozoários do gênero Leishmania, transmitidas pelos dípteros do gênero Lutzomyia, conhecidos como mosquito-palha. Essas enfermidades se subdividem em Leishmaniose Visceral (LV) e Leishmaniose Tegumentar (LT).
Durante os meses de setembro e outubro, a Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde lançou um formulário sobre Leishmaniose e Esporotricose para a população responder. Segundo Dhiordan Lovestain, diretor de Vigilância em Saúde, o formulário visava coletar informações essenciais sobre a percepção dos habitantes de Ouro Preto em relação aos casos de Leishmaniose e Esporotricose. As respostas foram utilizadas para análise situacional e aprimoramento das ações de vigilância em saúde, otimizando conscientização, educação em saúde e testagem em cães e gatos.
Até 31 de outubro de 2023, foram obtidas 502 respostas. A maioria dos entrevistados (58,6%) possui conhecimento limitado sobre leishmanioses, e 85,9% não diferencia a leishmaniose visceral e tegumentar. Quase a totalidade (99,6%) nunca teve leishmaniose tegumentar. A análise epidemiológica da leishmaniose visceral revela informações cruciais sobre sua evolução ao longo do tempo.
De 2005 a 2008, observou-se um baixo número de casos positivos em cães, com o pico em 2008, totalizando apenas 4 casos. Entre 2017 e 2020, houve aumento significativo, registrando 70 casos de leishmaniose visceral em cães. Em 2019, esse número subiu para 82 casos no município.
É importante frisar o aumento dos casos de leishmaniose tegumentar e visceral em humanos no município de 2011 a 2022, com crescimento mais acentuado a partir de 2016. Entre março e agosto de 2023, foram realizadas 121 coletas de amostras de sangue canino na sede e nos distritos, com destaque para Antônio Pereira e o bairro Piedade em Ouro Preto. Inicialmente, foram realizados 175 testes rápidos, sendo 34 amostras positivas, encaminhadas à Fundação Ezequiel Dias (FUNED) e submetidas ao teste confirmatório. Entre essas amostras, 8 testaram positivo para LVC, sendo 28 resultados negativos e 1 resultado indeterminado.
Como prevenir a Leishmaniose:
Utilize repelentes específicos para cães, recomendados pelo veterinário, para afastar os flebótomos e reduzir as chances de picada e infecção.
Coloque telas em portas e janelas para impedir a entrada de insetos em casa, especialmente durante o amanhecer e entardecer, quando os flebótomos são mais ativos. Use mosquiteiros na área de repouso do seu cão.
Mantenha o ambiente limpo, evitando acúmulo de matéria orgânica e áreas com vegetação densa, atrativas para os flebótomos.
Realize exames periódicos em seu cão para detectar precocemente a presença do parasita, aumentando as chances de tratamento eficaz.
A Prefeitura Municipal de Ouro Preto oferece testes gratuitos para Leishmaniose Visceral Canina (LVC). Em caso de sintomas, agende o teste pelos seguintes telefones:
– Vigilância em Saúde: 3559-3250
– CATA: (31) 98605-8471
Texto: Marcelo Gonçalves / Revisão: Victor Stutz
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.