Em Belo Horizonte

Palácio da Liberdade aberto e com mostra de Ceschiatti

O Governo de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult), apresenta a exposição “Alfredo Ceschiatti – Recortes Modernos”, no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, em cartaz a partir deste sábado (27/11).

A mostra conta com obras que compreendem o período de 1942 a 1969. São 13 esculturas de Ceschiatti, em um recorte especial da obra deste que é um dos mais notáveis expoentes nomes do modernismo brasileiro e mundial. A exposição, que integra o Plano Descentra Cultura, da Secult, é o marco, no Brasil, das comemorações do centenário da Semana de Arte Moderna de 1922 e poderá ser vista pelo público, de forma gratuita, até 13 de março de 2022.

A abertura ocorreu nesta quinta-feira (25/11), no Palácio da Liberdade, com a presença do vice-governador, Paulo Brant, do secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira, e de outras autoridades.

O secretário Leônidas Oliveira destacou a importância e o intuito da mostra: “Quando a Secult se propõe a falar da Semana de Arte Moderna de 1922, busca revisitar esse passado, mas queremos, também, reafirmar este presente, porque esta é a característica da modernidade. Quando colocamos as obras de Ceschiatti entrelaçadas com a história desse Palácio – tão significativo e símbolo do ecletismo, da junção de formas da arquitetura mineira – nós queremos que passado e presente se confluam, mas sem esquecer a vanguarda”.

Nesse sentido de ações de vanguarda, Oliveira menciona também o processo que a Secult conduz na internacionalização de Minas Gerais. “É por isso que temos firmado acordos internacionais importantes. No próximo ano, abriremos bolsas para que artistas mineiros possam participar de intercâmbios de experiências e residências artísticas. Primeiro, acordo com Luxemburgo, que abrigará a capital europeia da cultura em 2022, além de Portugal, França, outras nações da comunidade europeia e outros países fora desse eixo, de forma a permitir residências artísticas, para que possamos aprender, mas, também, para que o Brasil e sobretudo Minas Gerais possa ensinar o que é cultura da diversidade, coisa única e talvez exclusiva desse nosso país”, disse o secretário.

As obras são de propriedade da sobrinha do escultor, Angela Ceschiatti, que é guardiã de sua memória. Algumas delas são exibidas publicamente pela primeira vez, tais como “O Anjo” e “O contorcionista”. Ambas as obras serviram como protótipos das obras finais realizadas para a Catedral de Brasília e o Teatro Nacional, em Brasília (DF).

A curadoria e expografia levam a assinatura de Rodrigo Câmara, superintendente de Bibliotecas, Museus, Arquivo Público e Equipamentos Culturais da Secult, que revela: “tenho a sensação de que o Palácio da Liberdade, em todo o seu ecletismo, encontra, nas obras de Ceschiatti, a modernidade e provocação que este importante movimento trouxe para o Brasil e para o mundo”.

O legado de Alfredo Ceschiatti
Artista plástico e escultor brasileiro nascido em Belo Horizonte (1918), Alfredo Ceschiatti ficou mais conhecido como criador de obras para decoração de prédios projetados por Oscar Niemeyer, de quem foi constante colaborador. Antes de se consagrar à escultura, viajou pela Europa (1938), especialmente pela Itália, de onde traz muita referência da produção escultórica romana. Voltou ao Brasil e entrou na Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro (1940). Três anos depois começou a ser premiado e ganhou diversas medalhas na divisão moderna do Salão Nacional de Belas Artes, inclusive o de uma viagem ao exterior (1945) pelo baixo-relevo do batistério da igreja de São Francisco de Assis, na Pampulha, em Belo Horizonte.

Deu início a sua colaboração com Niemeyer, inclusive com várias encomendas para a construção de Brasília, como “As banhistas” ou “As Iaras”, em bronze, no espelho d’água do Palácio da Alvorada; “A Justiça”, em granito, em frente ao prédio do Supremo Tribunal Federal; “Os anjos” e “Os evangelistas”, na catedral; e “As gêmeas”, em bronze, na cobertura do Palácio do Itamaraty. Na Nova Cap, também ensinou escultura e desenho na Universidade de Brasília (1963-1965). No Rio de Janeiro, cidade onde morreu (1989), fez as figuras representativas para as forças armadas no monumento aos mortos da segunda guerra mundial.

Visitação
A visitação pública à exposição “Alfredo Ceschiatti – Recortes Modernos” segue as normas de controle de acesso e quantidade de público de acordo com protocolos de segurança sanitária estabelecidos pelo Palácio da Liberdade. As obras estão expostas no hall interno do prédio, bem como no Salão de Honra, no segundo piso. Na área do jardim, no chafariz, a escultura “A Banhista”, de 1954, encontra seu lugar e complementa o cenário desenhado.

Dias de visitação pública: sábados e domingos. Ingressos são disponibilizados às quintas e sextas-feiras na plataforma SYMPLA, no seguinte endereço: https://www.sympla.com.br/appa

  • Horários para visitação interna + jardins: 10h, 11h, 13h, 14h, 15h, com entrada de grupos limitados, em cumprimento ao protocolo de segurança sanitária. Duração de aproximadamente 40 minutos.
  • Horários para visitação somente nos jardins: 10h15, 11h15, 13h15, 14h15, 15h15, também com entrada de grupos limitados, em atendimento ao protocolo de segurança sanitária. Duração máxima de 1h.

É necessário apresentar-se à recepção com 15 minutos de antecedência ao horário agendado e seguir as regras de visitação, https://www.appa.art.br/palaciodaliberdade/regras-de-visitacao/

Blima Bracher

Blima Bracher é jornalista, formada pela UFMG e Engenheira Civil. Trabalhou doze anos em TV como repórter e apresentadora na Globo e Band Minas. Foi Editora da Revista Encontro e Encontro Gastrô. Escritora, cineasta e cronista premiada.

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